O Corpo de Fuzileiros Navais realizou, até esta terça-feira (13), um dos maiores exercícios operativos da Marinha do Brasil: a Operação Formosa. A atividade aconteceu em conformidade com a Estratégia Nacional de Defesa e contou com dois mil militares, onde ela é executada anualmente no Centro de Instruções de Formosa a 100 km de Brasília (DF). O adestramento permite que a tropa mantenha o máximo de sua condição de pronto-emprego, o que significa que os homens devem estar preparados em até 48 horas para qualquer tipo de missão, sejam as operações anfíbias até as de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Para isso, é exigido treinamento intenso e em diversos ambientes, o estado de constante prontidão operacional dos Fuzileiros capacita a Marinha a cumprir outras ações, como as de operações de paz e ajuda humanitária sob mandato da Organização das Nações Unidas (ONU). Exemplo disso é a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) e a Força-Tarefa Marítima (FTM) da Força Interina das Nações Unidas no Líbano.
Meios utilizados
Na atividade são utilizados mísseis superfície-ar (Mistral), aeronaves remotamente pilotadas e lançadores múltiplos de foguetes (Sistema Astros FN 2020), que agregam um sistema digitalizado de comando e controle instalado em uma única viatura. O exercício prevê manobras com aviões e helicópteros da Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (RJ). São utilizadas cerca de 160 viaturas, como os Carros Lagarta Anfíbios e os blindados Piranha e M-113, semelhantes aos utilizadas no Haiti e no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Os armamentos e sistemas de armas empregam munição real. O treinamento ainda expõe o sistema de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica. Os Fuzileiros Navais também estão capacitados para reconhecer, identificar e aplicar medidas para descontaminação de agentes dessa natureza.
Operação Formosa
Neste ano, o exercício foi dividido em quatro fases. A primeira aconteceu no período de 15 a 30 de setembro e consistiu no planejamento e deslocamento dos meios para o Centro de Instrução. Na ocasião, foi percorrida uma distância de 1,6 mil km, entre o Rio e Brasília, passando por São Paulo e Minas Gerais. A segunda etapa ocorreu de 1º a 6 de outubro, caracterizando-se por um período de oficinas com atividades específicas voltadas para o preparo das organizações militares.
Na terceira fase, realizada na última quarta-feira (7), houve adestramento integrado, empregando todos os componentes de uma Força de Desembarque – que atuou em conjunto. Nessa fase, aconteceram, ainda, demonstrações para o público externo do uso de aeronaves remotamente pilotadas para a vigilância de uma área de operações, ataques de Infantaria com o apoio de blindados e carros de combate, ataques aéreos por aeronaves AF-1, lançamento de equipes de reconhecimento por meio de paraquedas, utilização do Sistema Astros e tiro antiaéreo sobre drone.
Já a quarta etapa, iniciada no fim de semana do dia 10, prosseguiu até hoje (13), com o desembarque de uma Brigada de Fuzileiros, cuja missão era a conquista de uma faixa continua de um litoral (fictício) em território hostil.