Na história do Brasil, as atividades associadas à intendência revivem o início da colonização do território brasileiro, com a chegada de Tomé de Souza em 1549. A partir de 1811, D. João VI começou a incrementar a incipiente estrutura logística existente, transformando o antigo Arsenal do Trem no Arsenal Real do Exército, atual Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro.
Em 1889, após a Proclamação da República, apareceram os primeiros registros de alterações na estrutura de apoio com alguns reflexos para a criação da Intendência. No dia 24 de outubro de 1896, foi criada, pela Lei nº 403 e em substituição ao Quartel-Mestre General, a Intendência Geral da Guerra, com encargos de direção, de gestão e de execução, tanto na área financeira quanto na área de provimento.
Em dezembro de 1915, o Departamento de Intendência passou a funcionar no Ministério da Guerra. Os seus órgãos técnicos eram a Diretoria de Administração e a Intendência da Guerra. Em 1920, o Regulamento para o Serviço de Intendência da Guerra, considerado a Lei Orgânica do Serviço de Intendência, foi finalmente aprovado.
Durante a Campanha da Força Expedicionária Brasileira (FEB), em solo europeu, a Intendência de Guerra fez-se representar por uma companhia de Intendência e por um pelotão de sepultamento da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária.
Atualmente o Serviço de Intendência dirige ou tem participação efetiva em todas as atividades da Força ligadas à gestão financeira. Nesse contexto, a Secretaria de Economia e Finanças (SEF) é o Órgão de Direção Setorial que tem como missão precípua superintender e realizar o planejamento, o acompanhamento e a execução orçamentária, além da administração financeira e da contabilidade, relativas aos recursos de qualquer natureza alocados ao Comando do Exército Brasileiro.
A estrutura da SEF contempla a Diretoria de Contabilidade, o Centro de Pagamento do Exército, a Diretoria de Gestão Orçamentária, a Diretoria de Gestão Especial, a Assessoria Especial de Orçamento e Finanças e as Inspetorias de Contabilidade e Finanças do Exército. Dentro, ainda, das atribuições da Intendência está o controle interno do Exército Brasileiro, fiscalizado pelo Centro de Controle Interno do Exército, órgão subordinado diretamente ao Comando do Exército.
No que diz respeito ao sistema logístico, o Comando Logístico (COLOG) é o Órgão de Direção Setorial encarregado de prever e prover, no campo dos grupos funcionais suprimento, manutenção e transporte, os recursos e os serviços necessários ao Exército. Para tanto, o COLOG conta com a Diretoria de Abastecimento, a Diretoria de Material, a Diretoria de Material de Aviação do Exército, a Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados, o Gabinete de Planejamento e Gestão, a Assessoria de Planejamento, Programação e Controle Orçamentário e a Base de Apoio Logístico do Exército.
O PATRONO
Nascido em 12 de abril de 1840, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o patrono do Serviço de Intendência do Exército Brasileiro, Marechal Carlos Machado Bittencourt, demonstrava, desde muito jovem, pendor para a carreira das Armas.
Seu primeiro tributo de sangue foi pago na Guerra da Tríplice Aliança, na Batalha de Tuiuti, onde teve destacada atuação. Em 1897, na Expedição a Canudos, o Exército Brasileiro já lutava, sem obter sucesso, há mais de um ano, quando o Marechal Bittencourt, Ministro da Guerra, comprovou a necessidade da existência de um Serviço de Intendência estruturado, equipado e adestrado, a fim de garantir o apoio logístico às tropas que lá combatiam, primando pela oportunidade e pela eficiência e garantindo, assim o sucesso operacional após três expedições inócuas.
O drama de Canudos, no entanto, teria um epílogo triste. No dia 5 de novembro de 1897, as forças, que haviam lutado no sertão baiano, regressaram. Durante as honras militares da recepção, um praça do 10º Regimento de Infantaria atacou o Presidente Prudente de Morais. Marechal Bittencourt, com o intuito de defender o presidente, foi ferido com arma branca, que lhe tirou a vida.
Em mais uma oportunidade, comprovou sua fibra de soldado e cidadão, tornando se digno do cognome “Marechal de Ouro” e da sua escolha para Patrono do Serviço de Intendência do Exército, confirmada pelo Decreto nº 51.426, de 13 de março de 1962.
FONTE : Exército Brasileiro
Nota da Redação : Aos amigos Intendentes o nosso grande abraço e os parabéns por esta nobre data, pois sem a Intendência não há Exército que resista em campo sem os seus suprimentos!!