Hoje nossa matéria celebra os 60 anos da mais nova organização militar da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea. Trata-se da única unidade de artilharia antiaérea de selva do mundo… Muito confuso? Conheça a história do Grupo Tenente Juventino da Fonseca.
O 12º Grupo de Artilharia Antiaérea de Selva (12º GAAAe Sl) é a mais nova organização militar subordinada à 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea (1ª Bda AAAe), “Brigada General Samuel Teixeira Primo”, integrante do Comando Militar do Sudeste (CMSE), localizada em Manaus e vinculada ao Comando Militar da Amazônia.
Atualmente, o 12º Grupo de Artilharia Antiaérea, subordinado ao Comando da 1ª Bda AAAe, elo permanente do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro, tem a missão de realizar a Defesa Antiaérea de instalações e infraestruturas estratégicas, áreas ou pontos sensíveis, bem como de tropas estacionadas ou qualquer tipo de vetores aeroespaciais hostis, em qualquer ponto do território nacional, especialmente da Região Amazônica. A Unidade atua em operações de guerra ou de não-guerra, em prol do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro, de um Comando Operacional Conjunto ou de uma Força Terrestre Componente, seja simultaneamente ou não. Além das atividades fins de defesa do espaço aéreo amazônico o 12º GAAAe Sl é empregado em Operações de Garantia da Lei e da Ordem no âmbito do Comando Militar da Amazônia, bem como participa de ações subsidiárias.
No início de março de 2020, o 12º Grupo de Artilharia Antiaérea de Selva, “Grupo Tenente Juventino da Fonseca”, recebeu o moderno sistema de mísseis telecomandados RBS 70. O RBS 70 (Robotik System 70), da fabricante sueca Saab, faz parte do Programa Estratégico do Exército – Defesa Antiaérea (PEEDAAe), e atende às necessidades de Defesa Antiaérea à baixa altura. O míssil opera com um sistema de guiamento por feixe de raios laser, e será empregado com base em informações recebidas em tempo real do radar SABER M60, com o tratamento das informações no Centro de Operações de Artilharia Antiaérea (COAAe), estruturas já existentes na Unidade.
Com os novos Postos de Tiro, e somadas às capacidades dos mísseis Igla-S já operados pela unidade, o 12º GAAAe Sl amplia sua capacidade de realizar a Defesa Antiaérea em qualquer ponto do território nacional, com ênfase na Região Amazônica.
Histórico
As origens do 12º Grupo de Artilharia Antiaérea de Selva remontam ao ano de 1960, quando, em 6 de abril, foi criada a 1ª Bateria Independente de Canhões Automáticos Antiaéreos de 40 milímetros, inicialmente organizada no Rio de Janeiro, e após a fundação da capital administrativa do Brasil, é transferida para Brasília-DF, ocupando instalações provisórias de madeira, às margens do Lago Paranoá, bem próximo ao Palácio da Alvorada, residência do Exmo Sr Presidente da República.
Aquela mesma Bateria, quase seis anos mais tarde, em 31 de março de 1966, mudaria novamente o seu aquartelamento, vindo a ocupar posição, com outras Organizações Militares, no atual Setor Militar Urbano, para a execução de suas atividades.
Em 28 de dezembro de 1967, através do decreto Nr 61.978, a 1ª Bateria Independente de Canhões automáticos Antiaéreos de 40 milímetros cresceu, transformando-se no 131º Grupo de Canhões Automáticos Antiaéreos de 40 milímetros, denominação esta bastante efêmera, uma vez que, apenas dez meses depois, foi modificada para 8º Grupo de Artilharia Antiaérea.
Em 7 de novembro de 1973, o 8º GAAAe deu origem a duas novas Unidades do Exército do Brasileiro, 32º Grupo de Artilharia de Campanha e a 1ª Bateria de Artilharia Antiaérea.
Trinta anos mais tarde, por meio da Portaria n° 416, de 30 de julho de 2003, o Comandante do Exército concedeu à Bateria a denominação histórica de “Bateria Tenente Juventino da Fonseca”, homenagem ao intrépido 1º Tenente Juventino Fernandes da Fonseca, introdutor em nosso Exército, no início do século XX, da técnica de aerostação. Tal técnica tinha como uma das finalidades desenvolver a aerostação militar, ou seja, o uso de balões estáticos para fins de reconhecimento. Desta forma, fez ressurgir, operacionalmente, o emprego de balões, cujo pioneirismo coube ao então Marquês de Caxias, quarenta e um anos antes, por ocasião da campanha da Tríplice Aliança.
Anos mais tarde, por intermédio da portaria nº 318 do Comandante do Exército, de 11 de Abril de 2014, a 1ª Bateria de Artilharia Antiaérea foi transferida de Brasília para Manaus, constituindo-se no alicerce para a criação do 12º Grupo de Artilharia Antiaérea de Selva.
O dia 1º de Janeiro de 2016 marca a ativação do núcleo do 12º GAAAe Sl, no atual aquartelamento, ficando temporariamente subordinado ao Comando Militar da Amazônia (CMA). Naquela oportunidade, o 12º GAAAe Sl herdou a denominação histórica da 1ª Bateria de Artilharia Antiaérea, tornando-se o Grupo Tenente Juventino da Fonseca.
De acordo com o Planejamento Estratégico do Exército, em 31 de dezembro de 2016 ocorreu a desativação da 14ª Bateria de Artilharia Antiaérea, sediada em Olinda-PE, com a finalidade, entre outras, de prover o 12º GAAAe Sl com os cargos e materiais daquela Organização Militar de Artilharia Antiaérea e, por consequência, incrementar a implantação desta nova Unidade operacional da Força Terrestre.
Por força da Portaria nº 1050, o Comandante do Exército determinou a ativação do 12º GAAAe Sl, deixando este de ser núcleo, a partir de 1º de Janeiro de 2017 do corrente ano e, conforme previsto na Diretriz de Implantação desta Organização Militar, o Comandante do Exército, nomeou seu primeiro Comandante, em junho de 2017. A Portaria Nr 448, de 23 de março de 2018 transferiu a subordinação do 12º GAAAe Sl à 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea – Brigada General Samuel Teixeira Primo, integrante do Comando Militar do Sudeste (CMSE).
Antiaérea! Tudo pela Amazônia!
Assista ao vídeo comemorativo produzido pelo 12º Grupo de Artilharia Antiaérea em homenagem aos 60 anos da unidade: