No dia 10 de maio, o Exército Brasileiro comemora o dia da Arma de Cavalaria. A data marca o nascimento do Marechal Manuel Luis Osório, um dos maiores heróis militares do Brasil, patrono da arma e destaque em diversos conflitos na região sul do país e na Guerra da Tríplice Aliança.
A Cavalaria é a arma que combate em vantagem de posição e que, durante muito tempo, utilizou o cavalo como seu meio prioritário de combate. Com o advento dos armamentos mais modernos, os blindados passaram a ocupar o lugar do cavalo no campo de batalha. Entretanto a instrução eqüestre, a qual engloba como uma de suas atividades práticas a execução de cross country, desenvolve no cadete características de personalidade fundamentais para o cumprimento das missões que recebe: coragem, audácia, iniciativa, decisão, arrojo, camaradagem, rusticidade, sagacidade e ousadia.
Em comemoração ao dia da Arma de Cavalaria, a Academia Militar das Agulhas Negras realizou a semana Cavalaria, com várias atividades militares e sociais. A culminância deste momento deu-se no dia 12 de maio de 2018, em solenidade presidida pelo Gen Bda Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves, acompanhado do Comandante do Curso de Cavalaria, TC Bernardo Romão Corrêa Netto. O Gen Div R1 R1 João Ricardo Maciel Monteiro Evangelho, antigo Chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), esteve presente no evento que contou com demonstrações operacionais e a realização do “cross da espora”, pelos cadetes que estão adentrando na Arma. O cross é uma das provas mais tradicionais do hipismo e pelas suas características, que reúne instrução e esporte, tornou-se uma atividade tipicamente militar. Até o ano de 2013, os cadetes entravam na Arma de Cavalaria no 3º ano de formação. Entretanto, em 2014 este ingresso passou a ser realizado no 2º ano de instrução.
Não só de atividades hípicas foi marcada a festa da Cavalaria na AMAN. Destaques no campo de batalha moderno os blindados também estavam presentes e suas demonstrações operacionais chamaram muita atenção do público presente. Viaturas Agrale Marruá e carros de reconhecimento sobre rodas Cascavel EE-9, deram início a apresentação. Em seguida, dois blindados de transporte de pessoal sobre rodas Urutu EE-11 e duas viaturas Agrale AM31, desembarcaram tropas e iniciaram o disparo de morteiros M 936 de 81 mm. O momento que se seguiu foi dedicado ao fogo pesado de dois carros de combate Leopard 1A5BR e quatro blindados de transporte de pessoal M113BR. Finalizando todo o efetivo, realizou tiros com armas individuais e coletivas, ponto máximo da apresentação.
O momento mais especial das comemorações é sempre a realização da formatura de entrega das esporas, onde os padrinhos (um cavalariano mais antigo), juntamente com familiares e amigos, realiza a entrega da espora para os Cadetes. Esta tradição remonta a Idade Média, onde apenas os nobres cavaleiros tinham direito a espora, ao cinturão e ao estandarte. Nos torneios e batalhas, os cavaleiros possuíam um jovem ajudante: o escudeiro. A partir dos 15 anos o escudeiro tornava-se elegível para ser um cavaleiro e quando isso acontecia, além do título, o jovem recebia as espadas e as esporas douradas. Na cerimônia realiza da anualmente na AMAN, o “cross da espora” representa o exercício onde os jovens cavaleiros demonstram seu valor e as esporas são entregues, após o cross, por cavalarianos mais antigos. Um coroamento da audácia e arrojo explícitos na execução da prova e a manutenção das tradições medievais da cavalaria.
Agradecemos ao Comandante do Curso de Cavalaria, TC Corrêa Netto, a recepção amiga e cavalariana aos representantes da revista Operacional. Agradecemos também ao Gen Bda Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves a recepção aos integrantes do Grupo de Pesquisa de História Militar Duque de Caxias, parceiros de nossa publicação.