O “ninho dos cardeais” está em festa! No último dia 22 de fevereiro, a Companhia de Precursores Pára-quedistas completou seu 65º aniversário. A solenidade contou com a presença de ilustres precursores como o Gen Div José Alberto Abreu, antigo comandante da 1ª DE; do Gen Bda William Georges Felippe Abrahão, comandante da Brigada de Infantaria Pára-quedista; e do Gen Bda Kleber Nunes de Vasconcellos, diretor do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército. Em uma formatura marcada pelo espírito de corpo característico desta tropa especializada, antigos comandantes da unidade e precursores de todos os tempos puderam confraternizar com os militares que compõem o efetivo atual da Companhia, relembrando histórias e transmitindo valores e tradições.
A história da unidade conhecida como berço das operações especiais do Exército Brasileiro tem início quando o então 1º Ten Eng Celso Nathan Guaraná de Barros foi enviado ao Fort Benning, nos Estados Unidos, a fim de realizar o ainda recente curso de Pathfinder do Exército Americano, o Brasil tinha o primeiro contato com a especialidade. Após seu regresso, iniciou-se um cuidadoso trabalho para a criação da doutrina que iria conduzir o trabalho do Precursor Pára-quedista no Brasil. Com a formação da primeira turma de Precursores Paraquedistas no Brasil, foi criado, em 1951, o Pelotão de Precursores, subordinado diretamente à Companhia de Comando da então Escola de Paraquedistas. A década de cinqüenta foi marcada por avanços constantes como o primeiro lançamento rádio, realizado em 1952, e o primeiro lançamento noturno com o precursor precedendo a tropa. Nesse período, os precursores foram muito empregados também em missões de salvamento e resgate nos locais mais remotos do país.
[vsw id=”n-_xPVyUq0g” source=”youtube” width=”800″ height=”450″ autoplay=”no”]
Em 1957, oficiais e sargentos do Pelotão de Precursor, tendo à frente o então Maj. Gilberto, participaram como instrutores do primeiro curso de operações especiais do Exército, contribuindo de forma ímpar com as práticas e doutrinas já utilizadas pelos precursores há alguns anos, e garantindo historicamente o título de “berço” das Forças Especiais Brasileiras. Dezoito anos após sua criação, o pelotão passou a ser chamado de Destacamento Precursor Pára-quedista, designação que carregou até 1988, quando foi criada a atual Companhia de Precursores Paraquedistas.
Concebidos para atuar quase que exclusivamente no apoio e lança-mento das tropas paraquedistas, os precursores, no Brasil, vêm alterando significativamente suas características operacionais e doutrinárias. Unidade subordinada à Brigada de Infantaria Pára-quedista, os Precursores não se afastam de sua missão de origem de apoiar as missões aeroterrestres e aeromóveis. Entretanto, diante dos novos desafios assumidos pela Força Terrestre e aumento dos conflitos de 4ª geração ao redor do mundo, a Companhia assume cada vez mais o papel de uma tropa moderna e flexível operacionalmente, com características de unidade especial, tornando-se um elemento importante em diversos tipos de operação.