O “ninho dos cardeais” está em festa! No último dia 21 de fevereiro, a Companhia de Precursores Pára-quedista, Companhia Tenente Celso Nathan Guaraná de Barros, completou seu 68º aniversário. Para marcar a data uma emocionante formatura foi realizada para celebrar o aniversário da especialidade na Brigada e os 74 anos da conquista de Monte Castelo pela Força Expedicionária Brasileira. A solenidade foi presidida pelo Gen Bda Pedro Celso Coelho Montenegro, comandante da Brigada de Infantaria Pára-quedista, e contou com a presença de ilustres precursores de todas as época, com destaque para o Cel Cilan Delgado, antigo comandante do Pelotão Precursor. Em uma formatura marcada pelo espírito de corpo característico desta tropa especializada, o comandante da Companhia, Ten Cel Antoine de Souza Cruz, emocionou os presentes ao resgatar em seu discurso cada página da história da unidade, tal como a bravura dos jovens combatentes da Força Expedicionária Brasileira que interromperam a juventude para lutar no teatro de operações da Itália.
Durante a solenidade, o estandarte histórico da unidade foi apresentado aos filhos do Cel Guaraná e recebeu a benção do 1° Ten Rodrigo César Ferreira, capelão do Comando da 1ª Divisão de Exército. Após a formatura os filhos do homenageado descerraram a placa que celebra os 70 anos de conclusão do curso de Pathfinder do então Ten Guaraná.
A história da unidade, conhecida como berço das operações especiais do Exército Brasileiro, tem início quando o então 1º Ten Eng Celso Nathan Guaraná de Barros foi enviado ao Fort Benning, nos Estados Unidos, a fim de realizar o ainda recente curso de Pathfinder do Exército Americano, o Brasil tinha o primeiro contato com a especialidade. Após seu regresso, iniciou-se um cuidadoso trabalho para a criação da doutrina que iria conduzir o trabalho do Precursor Pára-quedista no Brasil. Com a formação da primeira turma de Precursores Paraquedistas no Brasil, foi criado, em 1951, o Pelotão de Precursores, subordinado diretamente à Companhia de Comando da então Escola de Paraquedistas. A década de cinqüenta foi marcada por avanços constantes como o primeiro lançamento rádio, realizado em 1952, e o primeiro lançamento noturno com o precursor precedendo a tropa. Nesse período, os precursores foram muito empregados também em missões de salvamento e resgate nos locais mais remotos do país.
Em 1957, instrutores e monitores do então Curso de Precursor Aeroterrestre, apoiados pelo Pelotão Precursor e tendo à frente o então Maj. Gilberto, participaram como instrutores do primeiro curso de operações especiais do Exército, atual Forças Especiais, contribuindo de forma ímpar com as práticas e doutrinas já utilizadas pelos precursores há alguns anos, e garantindo historicamente o título de “berço das tropas especiais do Exército Brasileiro”. Neste período, a unidade esteve na região do Araguaia, em destacada participação na luta contra grupos terroristas insurgentes que ameaçavam a soberania e a liberdade do Brasil.
Dezoito anos após sua criação, o pelotão passou a ser chamado de Destacamento Precursor Pára-quedista, designação que carregou até 1988, quando foi criada a atual Companhia de Precursores Pára-quedista. Concebidos para atuar quase que exclusivamente no apoio e lança-mento das tropas paraquedistas, os precursores, no Brasil, vêm alterando significativamente suas características operacionais e doutrinárias. Unidade subordinada à Brigada de Infantaria Pára-quedista, os Precursores não se afastam de sua missão de origem de apoiar as missões aeroterrestres e aeromóveis. Entretanto, diante dos novos desafios assumidos pela Força Terrestre e aumento dos conflitos de 4ª geração ao redor do mundo, a Companhia assume cada vez mais o papel de uma tropa moderna e flexível operacionalmente, com características de unidade especial, tornando-se um elemento importante em diversos tipos de operação