O ministro da Defesa, Jaques Wagner, inaugurou hoje (10), em Santa Maria (RS), o novo pavilhão da artilharia antiaérea, que vai abrigar os canhões Gepard que foram adquiridos ano passado da Alemanha. A iniciativa vai permitir maior operacionalidade e fazer frente a novos desafios como participar de grandes eventos, entre eles as Olimpíadas Rio 2016, contribuindo para a segurança do espaço aéreo.
O ministro cumprimentou a Força Terrestre por seus projetos estruturantes desenvolvidos em conjunto com o segmento civil, o que contribui para o avanço da indústria nacional de defesa e ao mesmo tempo eleva a expressão militar do poder nacional. Santa Maria é a região onde funciona a integração da tríplice hélice: Exército, universidades e indústria de defesa. Sobre isso, Wagner assistiu a exposições de empresários do setor de defesa sediados na cidade gaúcha.
O primeiro a falar foi Christian Böges, da KMW do Brasil Sistemas de Defesa. Böges disse que o objetivo da instituição é desenvolver sistemas de manutenção da atual frota de blindados e simuladores com transferência de tecnologia. O empresário afirmou, também, que tem projetos novos, inclusive a criação de um novo carro de combate para o Exército previsto para o período de 2018 a 2023. “Sabemos das turbulências, mas não vamos sair do rumo”, reiterou sobre as dificuldades econômicas do país.
Outro que se apresentou foi o microempresário Erlei Melgarejo da DEFII. A microempresa de tecnologia da informação fornece softwares para a Força Terrestre. O presidente da AEL Sistemas, Sérgio Horta, também mostrou tecnologias como ferramentas optrônicas do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), óculos de visão noturna e sistemas de armas para o blindado Guarani. Já os pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) apresentaram vários programas desenvolvidos para modernizar os equipamentos de simuladores do Exército.
Centro de treinamento
O ministro Wagner assistiu, ainda, a uma apresentação do coronel Giovany Carrião, comandante do Centro de Adestramento e Avaliação CAA-Sul. Carrião mostrou um projeto de construção de um novo centro de treinamento de combate sul juntando os três tipos de simulações: viva, virtual e construtiva.
O objetivo é treinar tropas blindadas para os carros de combate. O custo do projeto é de R$ 500 milhões, sendo 30 milhões em 15 anos. Segundo o coronel, a demanda de formação de mão-de-obra para blindados é de 25 mil homens para serem treinados, além de fuzileiros navais e as agências de segurança pública.
O general Etchegoyen destacou a importância de trazer esse centro para Santa Maria, que hoje abriga o maior efetivo de combate do Exército, além de recursos humanos altamente qualificados. Jaques Wagner passou em revista à 6ª Brigada de Infantaria Blindada – considerada uma das maiores do Brasil. Também fez teste no simulador e depois entrou no carro de combate Leopard. Percorreu, ainda, o campo de instrução de Santa Maria.
O ministro visitou o Comando e Controle do Sistema de Tecnologia de Comunicações de Santa Maria, um dos mais modernos do Brasil, com equipamentos seguros de guerra eletrônica. Ao final da visita, Wagner viu uma demonstração dos alunos de robótica do Colégio Militar de Santa Maria (CMSM), que possui 800 alunos. Um dos projetos é o de um robô com capacidade de simular os batimentos cardíacos. Outro é o robô que atira pelo celular, com o botão acionado pelo aparelho. O ministro fez o teste e acertou o alvo.
Entrevista à imprensa
Em entrevista à imprensa, Jaques Wagner informou que foi publicada uma errata ao Decreto 8.515, que subdelega competências aos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica para a gestão do pessoal militar. O ministro disse que a nova versão deixa mais clara a normatização e esclarece essas competências.
Ao ser perguntado sobre se o rebaixamento da nota do Brasil poderia ter consequências no ajuste fiscal, afirmou que o país vai superar a fase de restrição orçamentária com um planejamento estratégico bem feito e a continuidade dos projetos estratégicos na área de defesa. “Vamos continuar com mais sacrifícios, mas não vamos parar. Nem vamos perder o rumo”, ressaltou.
Ao ser indagado sobre como o Governo Federal pode ajudar o polo de defesa em Santa Maria, Wagner disse que é possível estudar maior integração e novas parcerias com as Forças Armadas. Em outra pergunta, o ministro foi questionado se investimentos em parcerias público-privadas poderiam ser uma alternativa à falta de recursos. Respondeu que as três Forças já trabalham com o conceito de parceria público-privada e que este é um caminho que pode ser mais estimulado.
Sobre os refugiados, resgatados pela corveta Barroso, da Marinha, o ministro anunciou que vai no próximo domingo (13) ao Líbano para a substituição da nau-capitânea da Força-Tarefa Marítima da Força-Interina das Nações Unidas no Líbano (FTM-Unifil) e vai fazer um elogio formal ao capitão-de-fragata Alexandre Amendoeira Nunes, comandante da corveta. A troca ocorrerá entre a fragata União e a corveta Barroso. A embarcação, que assumirá no Líbano, resgatou 220 pessoas no Mar Mediterrâneo na última sexta-feira (4), o Diário Oficial já publicou o elogio que vai ser pessoalmente entregue com a condecoração no Líbano.
Na visita, estiveram presentes o comandante do Exército, general Eduardo Dias Villas Bôas; o comandante Militar do Sul, general Antonio Hamilton Martins Mourão; o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi; o comandante do Estado-Maior do Exército, general Sérgio Westphalen Etchegoyen; o chefe de Assuntos Estratégicos do Ministério da Defesa (MD), general Gerson Menandro; e a secretária-geral do MD, Eva Maria Chiavon.
FONTE : Ministério da Defesa