Mesmo antes do famoso “discurso do Rio Amazonas”, em que Getúlio Vargas anuncia mudanças na forma de pensar do Governo Federal sobre a Amazônia Ocidental, a Aeronáutica já participava do processo de integração e desenvolvimento das áreas inacessíveis, por meio das rotas do Correio Aéreo Nacional (CAN).
No ano seguinte à criação do Sétimo Comando Aéreo Regional (VII COMAR), em 1983, foram criadas as Bases de Boa Vista, em Roraima, e a de Porto Velho, em Rondônia. O post dessa semana fala das atividades da Base Aérea de Porto Velho. Vamos acompanhar?
A ativação da Base Aérea de Porto Velho (BAPV) foi, sem dúvida nenhuma, um marco para toda a Amazônia Ocidental. A BAPV foi criada em de 17 de maio de 1983, pela necessidade de interiorização de a Força Aérea Brasileira, com o objetivo de defender as fronteiras da Amazônia.
A BAPV foi construída em tempo recorde, apenas 13 meses, e inaugurada em 31 de outubro de 1984, pelo então Presidente da República, General de Exército João Batista de Oliveira Figueiredo.
A BAPV é um importante ponto de apoio logístico para a consolidação do processo de planejamento na defesa aeroespacial da Amazônia na região do VII COMAR.
Além disso, exerce também suporte operacional nas missões e atividades realizadas pelo COMAR junto às populações carentes, como atendimentos médicos e odontológicos em comunidades ribeirinhas ou tribos indígenas de toda região norte.
A BAPV segue à risca sua missão: “Prover o apoio necessário às Unidades Aéreas e de Aeronáutica que nela operem permanentemente, temporariamente ou que nela estejam sediadas.”
Hoje, a Amazônia Ocidental ainda conta com uma malha rodoviária ainda precária e a fluvial diretamente condicionada a sazonalidade da região, e o aprofundamento das Forças Armadas na Amazônia Ocidental tem exigido da Força Aérea Brasileira (FAB) crescente responsabilidade quanto ao apoio logístico.
Na condução de ações militares de presença na região, juntamente com o empenho e a dedicação das Organizações Militares (OMs) sediadas e seus respectivos comandos, está o VII COMAR.
A relevância das ações sociais prestadas pela FAB às populações instaladas em locais de difícil acesso são imensuráveis, do ponto de vista da gratidão e reconhecimento daquelas comunidades assistidas.
Nos dias atuais, a Base Aérea de Porto Velho vem operando a aeronave C-98B Grand Caravan, aeronave importante na logística de apoio às tropas do Exército Brasileiro na fronteira. O C-98 também desempenha missões complementares de assistência em favor de populações carentes, particularmente as que habitam áreas de fronteiras e ribeirinhas, muitas vezes atingidas por calamidades naturais
O 2º/3º GAv, Esquadrão Grifo, transformado em Unidade Aérea da Aviação de Caça, emprega as modernas aeronaves A-29 Super Tucano, destacando-se no cumprimento de missões de vigilância do espaço aéreo, 24 horas por dia. Em 1995 foi ativado o 2º/3º Grupo de Aviação, à época Unidade da Aviação de Ataque, equipada com aeronaves T-27 Tucano.
A criação do Sistema de Vigilância da Amazônia conferiu ao Destacamento de Proteção ao Voo, herdeiro do Núcleo de Proteção ao Voo, notável incremento de sua capacidade operacional.
Já o recém incorporado 2º/8º GAV, Esquadrão Poti, encontra-se em adiantado estágio de recebimento dos novos helicópteros de ataque russos MI-35, designados na FAB como AH-2 Sabre.
No futuro, a BAPV deverá sediar o 5°/1° Grupo de Comunicações e Controle, unidade apta a instalar, operar e manter um escalão avançado de operações aerotáticas em áreas onde a cobertura ordinária não for suficiente, assegurando o controle, as comunicações e o alarme aerotático em sua área de responsabilidade.
Essa expansão é balizada pela Estratégia Nacional de Defesa e seus documentos complementares, segundo os quais caberá à Força Aérea Brasileira o apoio aéreo aos destacamentos isolados, bem como o provimento das necessidades de projeção de poder e de pronta resposta aos ilícitos transnacionais nos pontos mais remotos da Amazônia.
No cumprimento de nossa missão, não estamos sozinhos. Contamos com as orientações, o apoio administrativo, logístico e operacional do VII COMAR, além do apoio das unidades do Exército e da Marinha do Brasil.
Juntos, reafirmamos a mensagem de que: “Quem cuida da Amazônia brasileira, a serviço da humanidade e de si mesmo, é o povo brasileiro.”