Começou na segunda-feira (1/9), em Brasília, o curso que ensina as técnicas de investigação de acidente aeronáutico. Essa capacitação acontece uma vez por ano e é voltada para pilotos e engenheiros, civis e militares, que atuam na atividade aérea. Os novos profissionais integrarão a rede de profissionais do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER).
Este ano, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), organização responsável por coordenar e executar a formação de recursos humanos para atuar na segurança de voo, matriculou cerca de 100 alunos, incluindo profissionais da Argentina, do Chile, Canadá, Uruguai.
A grade curricular é extensa. As principais disciplinas são: legislação, aerodinâmica de asa fixa e de asa rotativa, ação inicial de acidente, evidências nos destroços, investigação do fator material e do aspecto psicológico, investigação de sistemas e de motores, análise de falhas, confecção de relatórios, recomendações de segurança, gravadores de voo, entrevista de testemunha, procedimentos e cuidados no local do acidente.
Os instrutores selecionados pelo Cenipa possuem especialização na área e integram comissões de investigação. Além da parte teórica, os alunos passam por treinamento de acidente simulado, no Laboratório de Destroços. As equipes se deparam com destroços de aeronave espalhados, pessoas feridas, pessoas curiosas e imprensa.
“O treinamento prático é uma oportunidade para se perceber que a investigação envolve muitos aspectos além da parte técnica, ou seja, é necessária a interação com diferentes grupos no local do acidente”, destaca o Chefe da Divisão de Formação e Aperfeiçoamento do Cenipa, Tenente-Coronel Aviador Francisco José Azevedo de Morais.
Pré-requisito
Os alunos matriculados no curso de investigação realizaram obrigatoriamente o curso de prevenção, pré-requisito para se tornar investigador. Eles terão instruções até o dia 26 de setembro, quando recebem sua certificação de investigador de acidente aeronáutico.
A atividade de investigação com o objetivo de prevenção é regida pelo Anexo 13 à Convenção de Aviação Civil Internacional (OACI), da qual o Brasil é signatário.