Quatro aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) participaram até a última sexta-feira (14/08), no Rio de Janeiro (RJ), do treinamento de paraquedistas do Exército Brasileiro (EB). A Quinta Força Aérea (V FAE), unidade responsável pela aviação de transporte da FAB, envolveu um C-130 Hércules, um C-105 Amazonas e dois C-95 Bandeirante na missão.
O treinamento é rotineiro e tem o objetivo de pôr em prática o que os militares do Exército aprendem na Brigada de Infantaria de Paraquedista, localizada na capital fluminense. De acordo com o adjunto de operações da V FAE, Capitão Luciano de Souza Bacellar, essa capacitação faz parte do plano de provas do paraquedista do EB. “Eles têm que realizar seis mil aberturas de paraquedas por trimestre. É um treinamento rotineiro”, explica o militar.
Já para a Força Aérea, o exercício auxilia na manutenção operacional dos aviadores e na formação dos pilotos recém-chegados aos esquadrões de transporte da FAB. “É uma via de mão dupla. Da mesma forma que o Exército têm que formar paraquedistas, nós temos que fazer a capacitação do nosso piloto”, explica o capitão.
Cinco unidades aéreas participam diretamente do treinamento. Uma delas é o Esquadrão Rumba (1°/5° GAV), sediado em Natal (RN). Esta é a primeira unidade do piloto de transporte da Força Aérea. Ao chegar no Esquadrão, uma das instruções que os militares recebem é sobre a forma correta de fazer o lançamento do paraquedista.
“Há uma série de procedimentos para realizar esse tipo de lançamento”, explica o capitão. Segundo ele, a preparação é importante porque em uma situação de guerra, por exemplo, está previsto fazer a incursão com o lançamento de combatentes. “Nesses casos, nós lidamos com vidas, é preciso fazer o procedimento correto”, ressalta.
O Aspirante Marley Jorge Nascimento Fernandes está participando do treinamento pela primeira vez. Segundo ele, quatro tipos de técnicas são treinadas. A primeira é o lançamento precursor, onde um paraquedista especializado salta primeiro e faz a verificação do terreno. A segunda é o lançamento na luz verde, no qual o militar que saltou primeiro comanda o “já” para o piloto, que acende a luz verde liberando o salto dos próximos paraquedistas.
No salto na vertical da letra código, os primeiros paraquedistas a saltar formam uma letra, combinada anteriormente, ao chegar ao solo. Essa luz será vista pelo piloto para autorizar ou não o salto dos paraquedistas restantes. Além destes três tipos, há também o lançamento livre, mais usado para demonstrações. Nele, o paraquedista, após saltar, comanda a abertura do seu próprio paraquedas.
De acordo com o Aspirante Nascimento, trabalhar com o Exército Brasileiro é uma oportunidade. “Além de poder melhor formar os nossos pilotos da aviação de transporte, ajudamos também a formar os jovens paraquedista do Exército Brasileiro. Isto faz com que o entrosamento na missão fique cada vez mais completo”, finaliza.
Assista ao vídeo de lançamento de paraquedistas a partir do C-130 Hércules:
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