O Instituto de Medicina Aeroespacial Brigadeiro Médico Roberto Teixeira (IMAE) realizou, no dia 01 de abril, o treinamento fisiológico do estudante Pedro Henrique Dória Nehme que ganhou, por meio de concurso, uma viagem para o espaço. No IMAE, Pedro executou atividades no assento ejetável, na câmara de altitude e na cadeira de Barany. “O objetivo foi capacitá-lo para os treinamentos que ele tem que realizar na sua preparação para a viagem espacial”, explica a Chefe da Subdivisão de Fisiologia Aeroespacial do IMAE, Capitão Monica Barreto Santos.
No assento ejetável, a pessoa pode ser alçada a uma altura de até três metros, impulsionada por uma pressão de nitrogênio. O impacto corresponde, em média, a cinco vezes a força da gravidade. O objetivo é abandonar uma aeronave em caso de pane protegendo, principalmente, a coluna vertebral.
Já na câmara de altitude, o treinamento é realizado para que a pessoa reconheça os sintomas que podem denunciar baixo teor de oxigênio no sangue, como visão alterada e tremores, e adote os procedimentos corretos. Nela são simuladas as condições de um voo com altitudes que atingem até 8,5 mil metros e é exercitada, também, uma situação de descompressão rápida.
E na cadeira de Barany são realizados exercícios que reproduzem as sensações quando o tripulante é vítima de desorientação espacial. “Eu fiquei um pouco ansioso porque não tinha noção de como seria. Foi sensacional e contribuiu muito para o meu treinamento. Agradeço a todos da Aeronáutica por terem possibilitado essa experiência”, disse. O estudante, ainda, vai participar de um voo em uma aeronave de caça da Força Aérea Brasileira como parte da preparação para a viagem.
Concurso
Pedro Nehme tem 23 anos e é aluno de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB). O concurso da companhia aérea holandesa KLM consistia em acertar a altitude exata em que um balão cheio de hidrogênio, liberado da Terra, explodiria. Pedro concorreu com 129 mil pessoas de todo o mundo e solucionou o problema ao responder 31 quilômetros.
Além dos exercícios no IMAE, ele já realizou treinamento no Nastal Center, na Pensilvânia, onde teve aulas sobre ambiente espacial, veículos espaciais, efeitos fisiológicos e psicológicos, aceleração e atuação de diferentes tipos de forças no organismo.
O voo espacial suborbital vai ser realizado na nave Lynx Mark II, da empresa XCOR Aeroespace. A duração prevista é de uma hora, mas lá em cima serão só cinco minutos. Por enquanto, a viagem ainda não está agendada, mas a previsão é que aconteça até o final deste ano. O estudante será o segundo brasileiro a voar até o espaço; o primeiro foi o astronauta militar Marcos Pontes, em 2006. “Eu estou tentando aproveitar toda essa experiência da melhor forma possível para que a viagem ocorra de maneira adequada”, concluiu.