O potiguar Adriano Maia Ribeiro Azevedo, major Intendente da Aeronáutica, assumiu o comando da base militar da vila de Tifariti, no Saara Ocidental. Membro da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Saara Ocidental (Minurso) desde setembro de 2014, o major passou a coordenar o grupo de 15 militares de 12 países em 19 de janeiro. A base, sede de Observadores Militares de várias nacionalidades, realiza o monitoramento do cumprimento dos acordos militares firmados entre a ONU e as partes em conflito.
“Após mais de 15 anos de guerra entre o Marrocos e o povo Saarauí pelo território do Saara Ocidental, a Minurso foi estabelecida em 1991 com o principal objetivo de promover um referendo em que a população iria definir qual das partes em conflito deveria ter a soberania sobre o território disputado”, disse o major.
O comandante explica que na primeira fase desse processo, os observadores militares têm a função de assegurar o cumprimento de três acordos militares assinados entre as partes e a ONU. Previstas para terem vigência até a divulgação da lista de pessoas habilitadas a participarem do referendo, as principais intenções de tais acordos dizem respeito à manutenção do cessar fogo e à redução das ameaças decorrentes de inúmeros campos minados e explosivos remanescentes da guerra.
Como ainda não houve acordo, o propósito da missão atualmente é, prioritariamente, manter o cessar fogo por meio de patrulhas aéreas e terrestres. Além disso, atividades administrativas e operacionais são desempenhadas no interior das bases, como o planejamento e execução das patrulhas, o tratamento das informações coletadas, a manutenção dos meios de comunicação e a coordenação logística.
Atualmente a Minurso possui nove bases ocupadas por 225 militares de 34 países. Dos 10 brasileiros em missão, há outro potiguar além do major Azevedo. O capitão Arthur Brito, do Exército, tem trabalhado junto ao Mine Action Coordination Center, na identificação e destruição de minas e outros artefatos remanescentes da guerra.
Entenda o conflito
O conflito entre Marrocos e a Frente Polisario, grupo guerrilheiro que reivindicava o território independente da República Árabe Saaraui Democrática, durou mais de 15 anos e teve o cessar fogo acordado com participação fundamental da ONU. Para garantir a paz e criar um referendo no qual a população pudesse escolher qual dos envolvidos do conflito deveria ter soberania sobre a região, a Organização das Nações Unidas instaurou a Minurso.