Considerado o pioneiro da computação no Brasil, o Major-Brigadeiro Engenheiro Tércio Castro Pacitti morreu nesta terça-feira (17/06) aos 85 anos, no Rio de Janeiro. O velório será realizado na quinta-feira (19/06), a partir das 8h.
Natural de Piracicaba, interior de São Paulo, o oficial-general foi um dos maiores expoentes da área de computação no país. Formou-se em primeiro lugar na turma de 1952, uma das primeiras turmas de Engenharia Aeronáutica, no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Fez mestrado em 1961 e doutorado dez anos depois no Departamento de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação da Universidade da Califórnia em Berkeley, Estados Unidos.
Reitor do ITA entre 1982 e 1984, idealizou, concebeu e criou o curso de Engenharia da Computação. No Comando da Aeronáutica, o último cargo desempenhado foi o de Diretor de Engenharia (DIRENG), nos anos de 1986 e 1987.
Na mesma época, presidiu a Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG). Também foi presidente do Conselho de Informática do Estado do Rio de Janeiro de 1987 a 1990.
Era membro titular da Academia Nacional de Engenharia e Decano de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Foi condecorado com a Grã Cruz da Ordem do Mérito Científico da Presidência da República do Brasil em 1998.
Pioneiro da informática no Brasil
No início da década de 60, no Laboratório de Processamento de Dados do ITA, começa a grande paixão relacionada à eletrônica e à computação. Neste local, foram instaladas os computadores IBM 1620 e IBM 1130 usados ao longo de dez anos nos cursos de graduação com o objetivo de resolver problemas da engenharia.
A iniciativa deu origem à disciplina de cálculo numérico, a qual faz parte do corpo de conhecimento da engenharia, tanto na graduação quanto na pós-graduação.
Foi o primeiro chefe do Departamento de Cálculo Científico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mais tarde, reconhecido como Núcleo de Computação Eletrônica (NCE). Por suas contribuições na área de informática, desde 2010 dá nome ao Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais (NCE/UFRJ).
Escreveu vários livros na área de informática. O título Fortran Monitor vendeu 250 mil exemplares entre 1967 a 1987. Do Fortran à Internet, retrospecto da trajetória e da informática no mundo está na terceira edição.
O trabalho mais recente foi Paradigmas do Software Aberto, lançado em 2006.