Voos mais baixos, flexibilidade nos horários de lançamentos de carga ou de paraquedistas e maior análise de inteligência para operar em ambientes hostis. Essas são algumas das novidades testadas durante o exercício operacional da aviação de transporte da Força Aérea Brasileira, a Transportex, que até o próximo dia 26 de agosto reúne cerca de 600 militares em Campo Grande (MS).
“Nós pretendemos evoluir a doutrina da aviação de transporte da FAB para que ela fique mais próxima possível da doutrina internacional empregada pela OTAN”, afirma o Tenente-Coronel Mauro Cezar de Azevedo Pereira, Chefe da Seção de Doutrina e Estudos da Quinta Força Aérea (V FAE).
A atualização permite que os esquadrões de transporte estejam aptos a realizar missões, em qualquer lugar do mundo, com padrões compatíveis aos atuais procedimentos realizados na área.
Para testar as novas técnicas, um cenário de combate foi montado no Mato Grosso do Sul, onde há a simulação de ameaças no solo e no ar com a utilização de radares e sistemas de lançamento de mísseis portáteis. São situações que podem surgir durante a missão e exigir a aplicação de medidas evasivas.
A atividade coloca em prova não só a atuação da tripulação, mas os sistemas de autodefesa das aeronaves C-130 Hércules e C-105 Amazonas. A coleta e análise das lições aprendidas após cada evento apontam os acertos e os ajustes necessários para aperfeiçoar as técnicas.
Um dos procedimentos que passa por adaptações são os voos à baixa altura. “Os voos agora são mais baixos e mais rápidos para que a aeronave fique o menos exposta possível às ameaças inimigas”, explica o Tenente-Coronel Cezar. Os horários dos lançamentos também estão menos rígidos para que seja realizada a análise das “janelas de oportunidades” e o melhor momento para realizar a manobra.
A atualização das técnicas empregadas na aviação de transporte da FAB vem sendo estudadas desde a participação do Primeiro Esquadrão do Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) no exercício operacional canadense de guerra aérea, a Maple Flag, em 2012.
“Para o piloto é sempre interessante essas inovações e aperfeiçoamento para estar alinhado com as novas técnicas utilizadas no mundo inteiro. Hoje, por exemplo, a gente tem que voar muito mais rápido para fugir de radares, é um voo diferente que exige maior perícia e experiência.
Com a Transportex, podemos treinar de forma integrada com os esquadrões de transporte e unificar as técnicas”, comenta o piloto da aeronave C-130 Hércules, Tenente Rafael Portela Santos do 1º GTT.