Novas técnicas e táticas de defesa antiaérea estão sendo treinadas durante o Exercício Operacional BVR-1, realizado na Base Aérea de Anápolis (BAAN), a 120 km de Brasília (DF). O sistema de defesa empregado é composto por cerca de 70 militares, ligados ao Primeiro Grupo de Defesa Antiaérea (1º GDAAE), sediado em Canoas (RS); Segundo Grupo de Defesa Antiaérea (2º GDAAE), localizado em Manaus (AM); Núcleo do Terceiro Grupo de Defesa Antiaérea (Nu3GDAAE), de Anápolis (GO); e Núcleo de Brigada de Defesa Antiaérea (NuBDAAE), da capital federal.
Tudo ocorre num cenário de combate simulado. Aeronaves A-29 supostamente de países inimigos, realizam ataques a pontos sensíveis de interesse da Aeronáutica, utilizando diferentes perfis de bombardeios. Para proteger essas instalações, os grupos de defesa antiaérea adotaram um novo posicionamento das equipes de atiradores para o disparo do míssil Igla-S em eixos estratégicos, dificultando o lançamento de bombas e a aproximação da aeronave inimiga. “O dispositivo de distribuição das unidades de tiro é feito de forma que a defesa antiaérea atinja a máxima eficácia, frente às diversas técnicas empregadas pelos vetores hostis”, explica o Major Antônio Fernandes, Chefe da Seção de Operações e Doutrina do NuBDAAE.
Treinamento
Todas as equipes de defesa antiaérea em treinamento manuseiam o Subsistema de Armas Antiaérea Igla-S, com o qual é possível estimar o tamanho do alvo e a distância do vetor inimigo. Também são aprimoradas as ações de comando e controle do Centro de Operações Antiaéreas (COAAE), que inclui a rede de comunicação e o radar SABER M-60, além da equipe de logística. De acordo com a performance do míssil e do desempenho da aeronave de combate, um relatório é emitido para avaliar os militares em treinamento, tanto os atiradores quanto os pilotos de caça.
Segundo o Comandante-Geral de Operações Aéreas, Tenente-Brigadeiro do Ar Gerson Nogueira Machado de Oliveira, o envolvimento da defesa aérea e antiaérea traz crescimento para a Força Aérea Brasileira. “O entrosamento entre eles é benéfico para o aprimoramento das técnicas. Uma interação que a gente pode verificar realmente a proficiência dos dois lados,” acrescenta o oficial-general.
Esse tipo de treinamento serve também para aprimorar as técnicas e melhorar o desempenho das unidades que serão empregadas futuramente na defesa antiaérea de pontos estratégicos durante grandes eventos, como os Jogos Olímpicos e Paralímpicos que acontecerão no Rio de Janeiro em 2016.
Simulador
Implantado desde fevereiro deste ano no Nu3GDAAE, o simulador Konus permite treinar os militares para o manuseio do Igla-S. Uma demonstração do funcionamento do aparelho foi apresentada para o Comandante do COMGAR, que visitou a operação BVR, juntamente com uma comitiva da Terceira Força Aérea (III FAE), unidade que gerencia os esquadrões da aviação de caça e de reconhecimento da FAB. Durante a BVR-1, militares da unidade são treinados pelo 2º GDAAE, sediado em Manaus (AM), que já possui o simulador. “A experiência contribuirá na formação operacional do futuro grupo de defesa antiaérea que vai ser ativado em Anápolis”, afirma Major Fernandes.
De origem russa, o simulador Konus tem uma tela de projeção onde são simulados inúmeros cenários em ambientes diversos, utilizando um sistema computadorizado que gera relatórios de eficiência dos atiradores. Aumentando a realidade dos treinamentos, o “míssil” do simulador e o mecanismo de lançamento juntos somam 18,25kg, o mesmo peso do equipamento real.