A reunião em Camp David entre Barack Obama e líderes dos países-membros do Conselho de Cooperação do Golfo não confirmou as declarações preliminares de altos funcionários dos Estados Unidos, que afirmavam que não haveria união militar. Mesmo sem união formalizada, o presidente dos EUA manifestou que haverá reforço de ajuda militar contra possíveis ataques de mísseis, marítimos e cibernéticos por parte do Irã.
Trata-se essencialmente de um escudo antimíssil que iria proteger todos os países membros do Conselho de Cooperação do Golfo (trata-se do golfo Pérsico, que reúne aliados da Arábia Saudita na coalizão que realiza a operação militar no Iêmen atualmente). O escudo é ainda um projeto, que, pelos vistos, levará anos até ser terminado e implementado.
A resolução final da cúpula prevê também fornecimento de armas e treinamento das tropas locais por militares estadunidenses, prática já adotada inclusive no conflito ucraniano, do qual os EUA declaram não estar participando.
Golfo contra ameaça “eventual”
O sistema cuja criação foi acordada em Camp David é um sistema de defesa antimíssil (DAM) que, de acordo com a declaração conjunta após a reunião, deverá proteger os países do golfo Pérsico contra um eventual ataque por parte do Irã. Incluirá radares, interceptores de mísseis, satélites e mísseis defensivos.
A parte técnológica do projeto será confiada às empresas Lockheed Martin, Raytheon e Northrop Grumman. Vários observadores já destacam que a implementação de um escudo antimíssil desta envergadura exigirá “acordos inéditos” tanto entre os EUA e o Conselho de Cooperação do Golfo, como entre os países que formam parte do Conselho.
Destra maneira, a longa duração do projeto pode ajudar os EUA a promover os seus interesses e fortalecer a sua influência na região, sob o pretexto de patrocinar o seu sistema de defesa para o bem da região. Os Estados Unidos já possuem 10 sistemas Patriot na região do golfo Pérsico.
O Irã tem sido acusado recentemente por vários Estados árabes de tentar intrometer-se em assuntos internos de outros países, após o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, apresentar reiteradamente um plano de apoio à pacificação do Iêmen.
Acordo com Irã
Através do reforço dos laços militares com a Arábia Saudita, Bahrain, Catar, EAU, Kuwait e Omã (membros do Conselho de Cooperação do Golfo), os EUA cimentam uma via de recuo no caso de ações indesejadas do Irã.
O Irã deve ver o seu programa nuclear liberado a partir de pelo menos 30 de junho do ano em curso, após um período prolongado de sanções internacionais. Mesmo assim, os EUA e vários membros do “sexteto” de negociadores (como a França, por exemplo) querem ver as atividades nucleares do Irã estritamente controladas pela comunidade internacional, para impedir, alegadamente, que o país fabrique clandestinamente uma bomba nuclear.
FONTE : Sputniknews