As mais de 100 mil famílias ligadas ao movimento escoteiro no país, juntamente com a organização Escoteiros do Brasil, estão engajadas nos esforços de toda a sociedade contra a disseminação d0 COVID-19. As atividades presenciais de todos os grupos foram suspensas e a instituição mobiliza crianças e jovens no ambiente virtual.
“Estamos comprometidos com as medidas de prevenção ao Coronavírus e vamos usar toda a nossa expertise como escoteiros para conscientizar as pessoas. É importante lembrar que cada um de nós tem um papel importante na prevenção da doença”, afirma o presidente dos Escoteiros do Brasil, Rafael Rocha de Macedo.
A decisão de suspender as atividades escoteiras presenciais no Brasil permanecerá até que as autoridades federais de saúde orientem sobre a normalização da vida social. A instituição também anunciou o adiamento de todas as suas atividades nacionais, previstas para o primeiro semestre deste ano.
A crise exige o distanciamento social e esse é um dos maiores desafios para a sociedade. “Esse é um momento importante para as pessoas se conectarem. Por meio de ações no universo digital, vamos contribuir com atividades educativas”, revela. “É nosso dever como escoteiros ajudar outras pessoas nesse momento tão delicado e proporcionar alternativas no ambiente online de forma segura.” As atividades domiciliares propostas pelos Escoteiros do Brasil podem ser acessadas no link. Não precisa ser escoteiro para ter acesso, a ferramenta é para todos.
Escoteiros e a gripe espanhola de 1918
Não é a primeira vez que o Movimento Escoteiro tem contato com uma pandemia viral no Brasil.
Entre meados de 1918 e meados de 1919, uma pandemia do vírus influenza se alastrou pelo mundo deixando milhões de mortos e ganhando, com isso, a fama de a grande “mãe das pandemias” dos tempos modernos. A gripe espanhola, que segundo alguns pesquisadores se originou nos campos de treinamento militar dos Estados Unidos, recebeu este nome por conta do elevado número de mortes na Espanha. No Brasil, os jornais apresentavam um cenário semi-apocalíptico, infelizmente, muito semelhante ao que a mídia trás hoje sobre a pandemia de COVID-19, provocando a mesma histeria. Diante da mais fatal das epidemias dos tempos modernos, relatos e notícias apontam o importante papel dos Escoteiros no apoio à população infectada. Devido a situação caótica que se estabeleceu no país o enfrentamento da gripe espanhola se dava, quase que exclusivamente, por meio dos recursos locais, entre eles, os escoteiros de vários estados.
No Rio de Janeiro, 600 mil pessoas adoeceram e 12,6 mil morreram. Vários Escoteiros apoiaram a Cruz Vermelha nos cuidados com os doentes e registros apontam à participação efetiva de membros do 2º GE São João Batista da Lagoa, um dos grupos mais antigos do país, nas ações que visavam aliviar o sofrimento dos infectados. Outro grande exemplo do protagonismo escoteiro durante a epidemia foi a atuação de Jeronyma Mesquita. A enfermeira, que atuou na missão brasileira enviada a Primeira Guerra Mundial, foi uma das fundadoras da Cruz Vermelha no país e primeira comandante-chefe nacional da Associação Girls Guides do Brasil (primeiro nome da Federação de Bandeirantes do Brasil) em 1919.
Em São Paulo, os Escoteiros também foram empregados na crise que marcou o início do século XX no país. Segundo relata a Revista “A Cigarra”, em edições de 1918 e 1919, além de apoiarem no funcionamento da Repartição Geral dos Telegraphos, era comum ver os Escoteiros percorrendo a cidade em bicicletas ou a pé a fim de distribuir panfletos com dicas de higiene à população e entregando despachos e receitas aviadas nas casas dos doentes.
No nordeste, mais precisamente no Rio Grande do Norte, os escoteiros potiguares ajudaram a montar um hospital de campana em Natal, o local conhecido como Posto de Assistência do Alecrim, atendeu mais de dez mil pessoas contaminadas pela gripe espanhola.
Escoteiros do Brasil
Os Escoteiros do Brasil é responsável por mais de 110 mil escoteiros, reunidos em 1533 Unidades Escoteiras locais, em 722 cidades espalhadas em todo o território nacional.
Ferramenta de educação não formal, o Escotismo ultrapassa as barreiras e se firma como um movimento educacional por proporcionar aos jovens desenvolvimento em diferentes áreas, de forma sempre contemporânea e variada. O Movimento Escoteiro e? uma organização do terceiro setor, sem fins lucrativos, que atende crianças, adolescentes e jovens por meio de um programa educativo próprio, presente há mais de 100 anos no Brasil.
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