Por Domingos Grilo Serrinha
Os Estados Unidos da América parecem não ter ligado para as críticas da presidente brasileira, Dilma Rousseff feitas esta semana em Nova Iorque sobre as ações militares norte-americanas contra os radicais do Estado Islâmico. Nesta ultima sexta-feira, uma alta funcionária do Departamento de Estado dos EUA afirmou em Washington que o governo de Obama gostaria de ver o Brasil envolvido no esforço internacional contra os radicais.
Roberta Jacobson, chefe da seção para as Américas do Departamento de Estado, afirmou “ter esperança” de que o Brasil contribua “de alguma maneira” com esse esforço internacional. Jacobson acrescentou que o Brasil, mesmo sem se envolver diretamente nas ações militares, poderia “ser muito útil e dar apoio” em atividades não bélicas, como assistência humanitária e financeira.
Sem citar o Brasil, a chefe do setor da administração Obama para as Américas afirmou que nos últimos dias, inúmeros contatos foram feitos por representantes dos EUA junto aos países aliados, aproveitando a presença de enviados de alto nível do mundo todo na assembleia-geral das Nações Unidas.
O objetivo é recolher mais apoios numa coligação internacional que pretende pôr fim ao Estado Islâmico (EI), grupo que tem espalhado o terror na Síria e no Iraque e ameaça desencadear ações também no Ocidente. Roberta Jacobson ressaltou que um país “tão grande e importante” como o Brasil teria com certeza um papel a desempenhar no esforço internacional comandado pelos Estados Unidos. Concluiu com um “ainda temos esperança” de que isso aconteça.
Violência? Olhem para o Iraque
Dilma Rousseff porém, já deixou claro que o Brasil é contra a forma que os EUA estão fazendo frente ao Estado Islâmico. Depois de em um discurso na ONU muito crítico face ao uso de ações militares para resolver questões internacionais, Dilma foi ainda mais direta fora das Nações Unidas, durante uma entrevista coletiva.
“Vocês acham que bombardear o EI resolve o problema?”, questionou a presidente brasileira aos repórteres, respondendo logo de seguida. “Porque, se resolvesse, a questão Iraque já estaria resolvida”.
FONTE : cmjornal.xl.pt