Na véspera da cúpula em Camp David altos funcionários da Casa branca dizem que a aliança formal entre os EUA e os países do Golfo não irá aparecer no futuro próximo. Os políticos americanos alegaram as complexidades em formação de um tratado militar no Oriente Médio.
Ben Rhodes, conselheiro-chefe de segurança para a comunicação estratégica dos EUA, disse ao jornal Al-Jazeera nesta quarta-feira (13) que os EUA continuam apenhados em garantir a defesa dos países-membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), mas um tratado formal não está previsto para o futuro próximo.
“Um tratado não é algo que nós buscamos, levou décadas para criar a OTAN e construir relações com os aliados asiáticos, mas podemos proporcionar garantias claras de que iremos defendê-los [países do Golfo]”, comentou Rhodes. As declarações foram feitas um dia antes do início da cúpula em Camp David em Maryland na qual o presidente dos EUA Barack Obama irá encontrar-se com os líderes dos países do CCG.
Os EUA e os países do Golfo irão também discutir questões de segurança enquanto aumentam tensões entre as potências regionais por causa da situação no Iêmen e na Síria.A coalizão árabe, inclusive o Catar e a Arábia Saudita, iniciou ataques aéreos no Iêmen para restaurar o governo do presidente iemenita Abed Rabbo Mansour Hadi e parar a ofensiva do movimento Houthi que, segundo alguns relatos, é apoiado pelo Irã.
Tanto a Arábia Saudita como o Catar apoiam os rebeldes sírios que lutam contra o governo do presidente Bashar Assad e são apoiados das autoridades iranianas.Por causa das tensões dos mencionados países com o Irã, eles pretendem pressionar os EUA para os estadunidenses darem garantias escritas de prontidão a defendê-los no caso de ataque iraniano.
Os EUA, entretanto, se encontraram em uma posição delicada. Por um lado, a administração de Obama quer assinar o acordo nuclear com Irã e, segundo relatos do senador estadunidense John McCain, pretende levar os Estados do Golfo a apoiar o dito acordo oferecendo-lhes em troca a defesa integral contra mísseis balísticos ou em outras palavras tentam suborná-los.
No contexto de desejo de Obama de finalmente chegar ao acordo com o Irã sobre o seu programa nuclear o recuso de criar uma aliança militar com os países do Golfo pode ser considerado como uma relutância de irritar o Irã. Por outro lado os EUA apoiam a operação militar da coalizão árabe no Iêmen, o que cria tensões com a República Islâmica do Irã como, por exemplo, no caso o cargueiro iraniano com ajuda humanitária para a população do Iêmen quando os EUA disseram que estão vigiando o navio e o lado iraniano por sua vez manifestou que qualquer tentativa dos EUA ou da Arábia Saudita de parar o navio poderão resultar numa guerra.
FONTE : Sputniknews