Levantamento do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri) aponta que os gastos militares no planeta em 2014 foram de US$ 1,78 trilhão, queda de 0,4% em relação a 2013, e sugere que a crise econômica no Brasil pode ter influenciado o corte de investimentos do governo para o setor no ano passado.
Segundo o relatório, divulgado neste domingo (12), o Brasil aplicou US$ 31,7 bilhões na área de defesa em 2014. Em 2013, o montante destinado foi de US$ 32,9 bilhões. “A economia do país desacelerou e o governo enfrentou grandes protestos sociais pela falta de serviços básicos no período de preparação para a Copa do Mundo”, justifica o documento sobre o corte no orçamento.
No entanto, o país figura na 11ª posição no ranking dos 15 países que mais destinaram recursos à área militar. Em percentual, o montante aplicado equivale a 1,8% do total investido em todo o planeta.
Entra na conta verbas para as Forças Armadas, Ministério da Defesa e outros órgãos envolvidos em projetos de segurança, além de atividades espaciais militares, salários, pensões e aposentadorias e gastos com manutenção e pesquisa. Doações para operações especiais também são informadas pelo instituto.
EUA tiveram queda de investimento
Os Estados Unidos foram o país que mais investiram na área, com gastos de US$ 610 bilhões, redução de 6,5% em relação a 2013. De acordo com o instituto, a diminuição tem ocorrido de forma gradativa no país, após a aplicação de medidas exigidas pelo Congresso para conter o déficit econômico americano. Mesmo com o corte, o gasto é 45% mais alto que em 2001, ano dos ataques terroristas de 11 de Setembro.
A China, a segunda da lista, registrou aumento de US$ 25 bilhões nos investimentos militares entre 2013 e 2014. No ano passado foram aplicados US$ 216 bilhões, no anterior US$ 191 bilhões. A Rússia é a terceira do ranking, com gastos de US$ 84,5 bilhões. As informações referentes aos dois governos são consideradas estimadas, de acordo com o Sipri.
Guerra na Ucrânia influenciou alta na Europa
A despesa em defesa na Europa subiu 0,6% no ano passado, para US$ 386 bilhões, devido ao aumento de atividades militares no Leste europeu – principalmente o conflito bélico na Ucrânia. Foi precisamente este país que experimentou a maior alta de toda a Europa, com 23%, à frente da Polônia (13%), Rússia e Lituânia (6%). As maiores quedas no continente foram registradas na Albânia (26%), Portugal (12%), Grécia (11%) e Itália (8,8%).
O Sipri destaca em um relatório complementar que há expectativa de que a despesa militar dobre na Ucrânia em 2015, embora quase metade dessa quantia seja destinada a pensões. Outro dado afirma que a Rússia espera crescimento de gastos nesta área de 60%, apesar de a pressão da economia poder reduzir essa porcentagem.