O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov afirmou essa semana que qualquer acordo de redução de armas nucleares a ser negociado no futuro precisa contar com a participação de todos os países que possuem arsenais nucleares.
O novo START, assinado entre Rússia e EUA em 2010, pode ser o último da era de tratados de redução bilateral de arsenais. Segundo Lavrov, os últimos números alcançados pelo START são os mínimos que se pode chegar sem arriscar a paridade nuclear com os demais países que também possuem arsenais nucleares.
A posição russa pode, por um lado, complicar o cenário dos esforços internacionais contra a proliferação nuclear, por outro lado pode expandir a redução de arsenais nucleares para níveis globais. Tudo depende da aceitação das demais potências nucleares em negociar conjuntamente e, caso aceitem, se vai ser possível chegar num acordo que agrade a todos.
O histórico de negociações desse tipo, primeiramente entre URSS e EUA, mostra que são negociações bastante complexas e conciliar a posição de mais do que dois atores só vai deixar a negociação ainda mais complicada. É difícil ver EUA, Rússia, França, Reino Unido, China, Paquistão, Índia, Coreia do Norte e, possivelmente, Israel chegando facilmente num acordo.
O arsenal de Rússia e EUA, pelo novo START, deve alcançar o patamar de 1500 ogivas. Estimasse que as demais potências possuam, em média, entre 100 e 300 ogivas cada uma.
Caso a proposta russa receba aceitação será a primeira vez que as negociações de redução de arsenal vão ser a nível multilateral.