Rompendo com o princípio da discrição, a agência de inteligência britânica dedicada à interceptação de comunicações (GCHQ) divulgou um guia que explica como prender um terrorista. O Quartel-General de Comunicações do Governo (Government Communications Headquarters, GCHQ), que exige há tempos mais poderes, fez um aparente esforço de transparência publicando este manual de cinco passos.
O guia pode ser consultado em seu site e é intitulado “Como um analista captura um terrorista?”, ou seja, como os analistas do GCHQ identificam um suspeito no exterior. Por exemplo, um espião britânico ouve um líder do Estado Islâmico ameaçar cometer um massacre em Londres.
O GCHQ raras vezes conhece a identidade do autor do massacre, mas com os dados de que dispõe pode localizar seus dispositivos eletrônicos, observar seus hábitos na internet e acabar reconstruindo todas as peças para comunicar ao MI6, o serviço de inteligência exterior, quem é o homem.
Um porta-voz do GCHQ explicou à AFP que o manual “ressalta a forte cultura de cumprimento do regime legal que governa todas as atividades” da agência. Os poderes das agências de inteligência, limitados, por exemplo, pelas leis sobre privacidade, são alvo de um intenso debate político que promete reaparecer no parlamento que sairá das eleições de 7 de maio.