Fortalecer e marcar a presença de forma definitiva da Força Aérea Brasileira no interior da Amazônia e nas regiões de fronteiras. Foi com essa intenção que, no ano de 1983, surgiram as Bases Aéreas de Boa Vista (BABV) e Porto Velho. Inaugurada em 1984 pelo Presidente da República, João Figueiredo, localizada no estado mais setentrional do país, Roraima, a Base Aérea de Boa Vista assumiu uma posição estratégica na defesa da soberania nacional!
Os desafios da unidade viriam logo em sequência. E em forma de grandes manobras militares. A Operação Presença na Amazônia (OPA) e a Operação Selva Livre, essa última destinada a extinguir com toda atividade garimpeira no Estado de Roraima, consequência direta da homologação das terras indígenas Yanomami, marcaram profundamente o trabalho desenvolvido pela FAB na região.
Desenvolvimento
Foi na movimentada década de 1990 que a BABV expandiu. Na defesa de uma das áreas mais sensíveis do território nacional, a organização virou a nova casa do AT-27 (Tucano) e, posteriormente, de sua primeira unidade de voo, o Esquadrão Escorpião (1º/3º GAV).
Responsáveis pela vigilância e patrulhamento aéreo da região Amazônica e das fronteiras norte e oeste do Brasil, os militares do Escorpião já realizavam missões de interceptação, ataque, patrulha de combate, superioridade aérea, reconhecimento, interdição, controle aéreo avançado e operações especiais, funções assumidas até os dias de hoje.
Em 1999, a Base já contava com o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Boa Vista (DTCEA-BV), a Prefeitura de Aeronáutica de Boa Vista (PABV), a Seção de Controle de Operações Aéreas Militares de Boa Vista (SCOAM-BV) e o serviço permanente de Alerta de Defesa Aérea.
Neste período ainda foi realizada a primeira edição da Operação VENBRA, um exercício conjunto entre a Força Aérea Brasileira e a Aeronáutica Militar Venezuelana. O novo século trouxe a oficialização do Esquadrão Escorpião como Esquadrão de Caça, e a primeira Unidade da Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira no Hemisfério Norte, além do recebimento das aeronaves A-29 Super Tucano, em outubro de 2005.
Atualidade
Em 30 anos de história, a Base Aérea de Boa Vista acompanhou o crescimento da Aeronáutica e do Brasil fortalecendo seu espaço e importância para a FAB e para a defesa do país.
As operações não pararam. Foi em 2010, por exemplo, que toda a Aviação de Caça brasileira se reuniu no extremo norte do país, a fim de participar do Exercício Operacional Sabre e do Torneio da Aviação de Caça.
Outro registro importante está na participação brasileira na Missão de Paz no Haiti (ONU). A Base Aérea de Boa Vista apoia de forma determinante, desde o início, às operações de troca dos contingentes militares, tanto o Exército Brasileiro quanto as aeronaves da Quinta Força Aérea.
Paralelo a esses fatos, por ser localizada numa região de características únicas, a aeronave C-98 Caravan da BABV passou a ter papel crucial como apoiadora no transporte de pessoas e suprimentos para aldeias indígenas e Pelotões de Fronteiras do Exército Brasileiro.
É a Força Aérea Brasileira que atende as regiões completamente isoladas do norte do país e procura garantir a sobrevivência de muitas famílias, acessíveis apenas por meio da aeronave de pequeno porte e que contam somente com pistas de pouso não pavimentadas ou com dimensões reduzidas.
É dessa forma que, ao completar seus trinta anos, a Base Aérea de Boa Vista ratifica a ideia básica de sua concepção, a de interiorização do Poder Aéreo definitivamente implantado na região. Garante, assim, a presença da FAB na parte mais setentrional da nossa brasileira Amazônia.
FONTE : Força Aérea Blog