Quando o mundo lutava contra a tirania nazifascista, o Exército Brasileiro enviou os seus soldados, convocados em todos os recantos do País, para enfrentar, em solo europeu, a maior máquina de guerra que o mundo já conhecera. E fez-se a Força Expedicionária Brasileira, a FEB. A Cobra fumou…!
Nossa tropa superou o desafio da rápida preparação antes de se deslocar para o Teatro de Operações Europeu, onde nas patrulhas, incursões e combates, excedeu todas as expectativas, impondo-se com moral, bravura, disciplina e tática apurada ao experiente exército alemão que, no terreno montanhoso, havia estabelecido uma bem fortificada linha defensiva.
Levando aos Apeninos nevados a alma brasileira, os Pracinhas, de origem humilde, com respeito ao próximo, inefável alegria e determinação, cumpriram cada missão com denodo e valentia singulares. Amalgamados pela têmpera mais forte e pelo exemplo dos seus antepassados, esses heróis não se intimidaram frente a um inimigo impiedoso e temido.
Foram brasileiros comuns que suportaram as agruras do afastamento de sua gente e de sua terra, a inclemência do inverno dos Alpes e a dor da perda, nos campos de batalha, de irmãos de Armas. Pracinhas que, com generosidade e espírito humanitário, levaram a esperança ao sofrido povo italiano.
Pracinhas que conquistaram o respeito dos exércitos aliados e daqueles com quem compartilharam momentos de sacrifício e privação. Foram muitos os filhos deste País que ofertaram suas vidas para que hoje desfrutássemos de uma Pátria soberana e livre. Feitos heroicos como os intensos combates de Collechio, Fornovo, Monte Castello, Montese, Porretta Terme, Bella Vista, La Sierra, Camaiore, Monte Prano e Zocca jamais podem ser esquecidos da memória nacional.
Hoje, corações unidos, elevamos nossos pensamentos de louvor e gratidão àqueles que tombaram em combate pela nossa liberdade. Que às novas gerações não se prive o direito de conhecer a verdade de nossa retilínea trajetória histórica, que abriga os feitos de destemidos homens e mulheres, que unidos pelas mais dignas causas, propagaram em solo estrangeiro a fibra do soldado brasileiro, suas crenças e seus mais sagrados valores.
Que nosso povo perpetue o lugar de destaque que cabe àqueles brasileiros que, no sacrifício da guerra, distinguiram-se pelo sentimento de amor à Pátria e heroísmo. Falar da Força Expedicionária Brasileira é reverenciar os mesmos heróis, desde Caxias, chegando ao Sgt Max Wolf, Aspirante Mega e os quatrocentos e sessenta e cinco pracinhas tombados na Itália. É identificar o mesmo ânimo, nascido em Guararapes, passando por Tuiuti e que chegou a Monte Castelo, Castelnuovo e Montese.
É o Exército de sempre, com os mesmos valores e novos desafios; a mesma força anímica que impulsiona os que no Haiti ou na Comunidade da Maré, neste momento, protegem a vida e garantem o direito de as pessoas sonharem com um futuro melhor. Feliz do País que encontra no seu povo os heróis para elevar à condição de chamas balizadoras do futuro, consciente de que suas conquistas foram erigidas sobre os pilares sólidos da coragem e da honradez, obtidas ao custo de sacrifício e sangue.
Que este dia evoque as lições deixadas por uma Instituição Nacional Permanente, garantida pela mesma espada invicta que empunhou Caxias, animada agora pela sólida confiança do povo de onde provem e ao qual serve. Parabéns Pracinhas do Exército Brasileiro! “A paz, queremos com fervor, a guerra só nos causa dor; porém, se a Pátria amada for um dia ultrajada, lutaremos sem temor (…)”