No final de outubro de 2012, eu estava em Edimburgo, Escócia, a passeio com minha esposa. Embora preferisse fazer uma excursão ao Norte do país para visitar as destilarias dos 5 diferentes tipos de whisky (com as respectivas provas, é claro), acabei compulsado a embarcar num ônibus que iria conhecer os arredores do Loch Ness. Claro que o monstro não apareceu! Para piorar, ainda tivemos direito a muita chuva e um motorista contando piadas sem graça no ônibus. Entretanto, ele passou a promover o restaurante em que iríamos parar para o almoço. Dentre as atrações, ele começou a descrever o Memorial dos Comandos, existente nas proximidades. O tema logo passou a me interessar e, logicamente, nem cheguei a ir ao restaurante. Preferi visitar o memorial e seu pequeno museu ao invés de almoçar.
Embora se escreva Commandos no Reino Unido e Comandos no Brasil, creio que o espírito da tropa seja o mesmo. Fiquei altamente emocionado, pois nunca soube da existência desse memorial.
“O Comando não é Deus e nem Super-Homem,
Mas faz coisas que ninguém pode fazer
Porque ele é um guerreiro adestrado
E seu lema é a vontade de vencer”.
Assim cantam os Comandos brasileiros. Lembrei-me na mesma hora desses versos que cantávamos até a exaustão durante o longínquo 91/1 Curso de Ações de Comandos e depois os ensinamos às gerações seguintes que prosseguem com a tradição.
A tropa de Comandos surgiu no próprio Reino Unido, durante a II Guerra Mundial, para cumprir “missões normalmente agressivas, realizadas por tropa qualificada, de valor ou constituição variável, contra alvos de valor significativo, localizados em áreas hostis ou sob o controle do inimigo”; essa definição todos os Comandos são obrigados a saber.
Simples, mas altamente significativo, é o memorial que domina uma bela vista do vale do Rio Spean. A localização não é aleatória. Foi lá que os primeiros Comandos foram formados, próximo ao Centro de Treinamento Básico de Achnacarry.
O monumento é constituído por três estátuas de combatentes Comandos equipados sobre um pedestal com a inscrição “United We Conquer” (Unidos conquistaremos), além dos nomes das Batalhas de Honra. Foi inaugurado por Sua Majestade a rainha Elizabeth, a Rainha Mãe, em 27 de fevereiro de 1952. Anualmente, em um domingo de novembro, os heróis são relembrados em uma cerimônia.
Em 1957, a rainha Elizabeth II aprovou o estandarte constando os nomes das 38 “Batalhas de Honra” em reconhecimento aos excepcionais serviços prestados pelos Comandos durante a II Guerra Mundial. Suas ações ocorreram na Noruega, França, Holanda, Alemanha, Síria, Norte da África, Sicília, Itália, Grécia, Mar Adriático, Burma, Creta e Madagascar.
Passando pela Escócia, vale a pena uma visita.