Um pedaço da história do Brasil pode ser visto de perto a partir desta segunda-feira (13/4) na zona central do Rio de Janeiro (RJ). Um caça P-47 da Força Aérea Brasileira (FAB), utilizado na Segunda Guerra Mundial, está em exposição no Aterro Flamengo, ao lado do Monumento aos Pracinhas. Quem passou por lá, gostou do que viu. “É histórico, né? É a história do nosso Brasil, eu nunca imaginei ver isso”, destacou a estudante Pietra, de 10 anos.
Fabricado nos Estados Unidos em 1944, o P-47 Thunderbolt exposto foi utilizado em 93 missões de combate na Itália, entre 1944 e 1945. Pertencente ao acervo do Museu Aeroespacial (MUSAL), localizado na zona norte da cidade, a aeronave ficará no Monumento aos Pracinhas até o dia 9 de maio.
O Tenente-Brigadeiro João Soares Nunes, piloto do P-47 entre 1948 e 1956, disse que o avião impunha respeito. “Foi uma emoção muito grande quando nos disseram que íamos servir em Santa Cruz (Unidade sede do Primeiro Grupo de Caça). A maioria dos Aspirantes recém-formados pretendiam voar o P-47. Era uma ambição de todos”, afirmou.
Segundo o diretor do Musal, Brigadeiro Reformado Marcio Bhering Cardoso, o avião teve um importante papel para a FAB. “Foi a nossa principal arma de combate na Itália. Uma aeronave que foi muito bem escolhida e significou um salto gigantesco”, esclarece. No total foram 117 aviões P-47 operados pela FAB entre 1944 e 1958.
Operação de guerra
O caça histórico foi transportado na madrugada de segunda-feira (13/4) sobre uma carreta, em uma verdadeira operação de guerra que mobilizou nove batedores do Batalhão de Infantaria Especial do Rio de Janeiro (BINFAE-RJ), uma carreta e um caminhão baú, onde foram transportadas as asas, o trem e pouso e outras partes do P-47.
Depois de pouco mais de uma hora de traslado, quinze mecânicos precisaram de mais três horas para montar a aeronave. “É um avião muito valioso para a Força Aérea. É preciso ter cuidado na desmontagem e na montagem”, disse o Tenente Rogério Nunes, Mecânico do MUSAL.
No próximo dia 20, será realizada no local uma cerimônia em homenagem aos 70 anos do Dia da Aviação de Caça, celebrado no dia 22. A data relembra o 22 de abril de 1945, quando onze esquadrilhas da FAB, cada uma com quatro aeronaves P-47, realizaram ataques intensos contra posições inimigas. Somente um avião brasileiro foi abatido naquela data, e o piloto sobreviveu após saltar de paraquedas.
No dia 8 de maio, o Monumento dos Pracinhas receberá a solenidade do Dia da Vitória, quando Marinha, Exército e Força Aérea Brasileira comemoram a data de rendição dos nazistas na Segunda Guerra Mundial.
Trator voador
Armado com 8 metralhadoras calibre .50, o P-47 tem um motor de 18 cilindros e 2.300 cavalos de potência. Sua força – e barulho – fizeram ser conhecido pelos pilotos brasileiros como “Trator Voador”. Após a guerra, o modelo foi utilizado pela FAB até 1958, primeiro no Rio de Janeiro (RJ), e depois a partir de São Paulo (SP), Natal (RN) e Fortaleza (CE). A FAB recebeu um total de 117 aeronaves P-47.
Fabricante | The Republic Aviation Corporation – Estados Unidos da América |
Motor | Pratt & Whitney R-2800-59 de 2.300 h.p., radial de 18 cilindros |
Designação Militar | P-47 |
Comprimento | 11 m |
Envergadura | 12,4 m |
Altura | 4,3 m |
Peso Vazio | 4.491 kg |
Velocidade Máxima | 704 km/h |
Armamento | 8 metralhadoras Browning .50”, 2 bombas de 453 kg e 6 foguetes de 127 mm, nas asas. Uma bomba de 226 kg sob a fuselagem |
Alcance | 1.488 km |