Por Claudia Sánchez-Bustamante
Após mais de 50 anos desde a introdução de um novo avião a Força de Patrulha e Reconhecimento Marítimo da Marinha dos Estados Unidos (MPRF) da um passo adiante com uma nova aeronave para a Aviação Naval.
O último grande lançamento foi o P-3 Orion em 1961, que entrou em operação em 1966. Mas o P-3 uma aeronave para missões anti-submarina e de vigilância marítima com quatro motores turbo-hélices da Marinha está sendo agora substituída por um novo avião de patrulha e reconhecimento marítimo o P-8A Poseidon.
Embora o P-3 tenha sido projetado para tarefas de combate durante a Guerra do Vietnã e a Guerra Fria desde 1966, principalmente para operações de guerra anti-submarina, seu leque de missões foi ampliado para incluir voos de inteligência marítima e terrestre, vigilância e reconhecimento, como os que realiza no Enlace Marítimo da Unidade Latino-Americana das Forças Navais do Comando Sul (NAVSO) e no Local de Segurança Cooperativa (CSL) da 4ª Frota dos EUA em Comalapa, El Salvador.
Para o comandante da Marinha dos EUA Greg Smith, comandante do VP-26 e que pilotou o Orion por 15 anos a aeronave foi uma experiência positiva para ele e seus companheiros da Marinha mas ele já está pronto para a transição ao Poseidon, “Estamos falando de uma das últimas tecnologias que podemos colocar em uma aeronave o que a torna muito capaz de realizar vários tipos de missões.”
Além de conduzir as missões de guerra anti-submarina (ASW), o P-8A Poseidon realizará operações de guerra anti-superfície (AsuW) e interdição de cargas. Também participará de interferências em sinais eletrônicos, o que inclui transportar armas como torpedos, mísseis de cruzeiro, bombas e minas. A aeronave também pode lançar e monitorar sistemas de sonar tipo sonobóia.
Segundo a Marinha dos EUA , a “fuselagem e os sistemas de missão altamente confiáveis do Poseidon são um importante salto tecnológico e oferecem aos comandantes uma plataforma segura que conta com sistemas de tecnologia avançada”. Essa combinação diz a Marinha, juntamente com sensores de última geração, melhorará dramaticamente as capacidades ASW e ASuW.
“A substituição dos P-3 C Orion pelo P-8A Poseidon busca assegurar o futuro da Marinha no que se refere à capacidade de patrulhamento marítimo de longo alcance além de transformar a maneira como a força de patrulhamento e reconhecimento marítimo da Marinha conduzirá seus treinamentos, operações e posicionamentos”, diz um documento da Marinha dos EUA sobre a aeronave multi-missões P-8A.
“O P-8A permitirá maior capacidade de combate a partir de uma força menor e de menos infraestrutura, concentrando-se em capacidade de resposta e interoperabilidade em âmbito mundial com forças tradicionalmente tripuladas e sensores não tripulados.”
Em 22 de janeiro, o Esquadrão de Patrulhamento VP-26 da Marinha, conhecido como Tridents, iniciou sua última mobilização com o P-3C Orion a partir da Estação Aeronaval de Jacksonville, Flórida. Duas das 10 aeronaves representando o último esquadrão operacional P-3 na costa oeste dos EUA partiram rumo a El Salvador e ao Bahrain com uma tripulação total de 300 militares a bordo de suas aeronaves.
O CSL em Comalapa funciona como local avançado de operações para patrulha marítima, reduzindo o tempo de trânsito e aumentando a eficiência da estação no apoio às missões multinacionais de combate ao tráfico ilícito. Foi desenvolvido pela Marinha e pela Força Aérea dos EUA para prestar suporte às forças mobilizadas e às aeronaves que realizam essas operações sob o comando do SOUTHCOM.
O CSL garante as capacidades de detecção e monitoramento exigidas pela missão de combate ao tráfico ilícito. Um dos tipos de missões que a aeronave apoia desde Comalapa é a Operação MARTILLO, uma missão internacional que envolve parceiros do Hemisfério Ocidental e da Europa no combate a rotas de tráfico ilícito em ambas as costas do istmo centro-americano.
A patrulha aeronaval é uma capacidade essencial para o NAVSO. “A Marinha fornece aeronaves e tripulações a nossos CSL de forma rotativa e em ambas as costas”, diz Lewis Preddy, especialista em Comunicação Estratégica e Apoio a Treinamento do NAVSO/4ª Frota. Agora, essas missões serão realizadas pelo P-8A Poseidon.
Batizado em homenagem ao deus grego dos mares, o Poseidon mede 39,4 metros de comprimento, tem 12,83 metros de altura e uma envergadura de 35,72 pés, tudo dentro de uma estrutura de 85.275 quilos. Pode transportar nove tripulantes e atingir uma velocidade de 490 nós (907 km/h), com um raio de alcance de 1.200 milhas náuticas (2222.4 Km), além de permanecer na posição designada por até quatro horas. O P-8A é um modelo desenhado especificamente para a Marinha dos EUA.