O Exército dos Estados Unidos afirmou que evidências mostraram que o Estado Islâmico não abateu um avião de guerra da Jordânia, que caiu na Síria nesta quarta-feira (24), e teve seu piloto levado como refém pelo grupo militante. “A evidência indica claramente que ISIL (Estado Islâmico) não derrubou a aeronave como a organização terrorista está reivindicando”, disse o Comando Central das Forças Armadas dos Estados Unidos (CentCom) em um comunicado.
O caça caiu perto de Raqa, no norte da Síria. No comunicado, o chefe do CentCom, general Lloyd Austin, confirmou que o piloto do F-16 foi feito prisioneiro pelo grupo extremista. “Nós condenamos as ações do EI, que fizeram o piloto de refém”, declarou. “Vamos apoiar todos os esforços para assegurar sua recuperação segura, e não vamos tolerar tentativas do EI de deformar, ou explorar, esse infeliz acidente, com fins propagandísticos”, frisou o general Austin.
Esse é o primeiro avião da coalizão contra o Estado Islâmico a cair em terra, desde o início da ofensiva contra o grupo na Síria e no Iraque, em setembro e agosto, respectivamente. Mais cedo, uma fonte do governo americano, que pediu para não ser identificada, havia dito que os Estados Unidos não estavam em condições de confirmar se o avião jordaniano havia sido derrubado pelos insurgentes, ou se havia sofrido uma falha mecânica.
Ataques da coalizão
A informação da captura do piloto foi confirmada pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) e pelo Exército jordaniano. “Temos informações confirmadas de que membros do EI capturaram um piloto árabe (não sírio) depois que derrubaram seu avião com um míssil terra-ar”.
O braço do EI em Raqa , “capital” do grupo extremista que controla amplas faixas de território no Iraque e na Síria, publicou em sites jihadistas fotografias de combatentes com um piloto capturado. Uma das fotografias mostra o piloto, vestido apenas com uma camisa branca e carregado por quatro homens, que o retiram da água. Em outra, ele aparece no chão, cercado por vários homens armados.
O surgimento do grupo no fim de 2013 e as atrocidades (decapitação, sequestros, entre outros crimes) cometidas provocaram em 23 de setembro a intervenção na Síria da coalizão que luta contra os jihadistas no vizinho Iraque. Além dos Estados Unidos e Jordânia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein participam nos ataques na Síria.
Austrália, Bélgica, Reino Unido, Canadá, Dinamarca, França e Holanda participam nos bombardeios no Iraque, ao lado dos Estados Unidos. A região de Raqa é alvo de ataques aéreos da coalizão e do exército sírio.