Os Estados Unidos começaram a fornecer armas diretamente para as forças curdas, que já avançam contra os militantes islâmicos no norte do Iraque, segundo autoridades americanas disseram à agência de notícias Associated Press nesta segunda-feira (11).
Anteriormente, os EUA insistiram que só vendiam armamento para o governo iraquiano em Bagdá, mas os combatentes curdos estavam perdendo terreno para os radicais do Estado Islâmico (EI) nas últimas semanas.
As autoridades, que não quiseram se identificar, não disseram qual agência dos EUA está fornecendo as armas, mas um funcionário disse que não é o Pentágono. A CIA fez operações de armamento semelhantes no passado.
O governo também está muito perto de aprovar planos para o Pentágono armar os curdos, disse um funcionário. Nos últimos dias, os militares dos EUA têm ajudado a facilitar as entregas de armas dos iraquianos para os curdos, prestando assistência logística e transporte ao norte do país.
O presidente Barack Obama autorizou ataques aéreos americanos contra os militantes do EI, dizendo que a medida evitaria o genocídio de minorias –como a dos curdos yazidis que estão cercados pelos radicais. O secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, disse que os ataques aéreos “têm sido muito eficazes a partir de todos os relatórios que recebemos”.
O movimento para ajudar diretamente os curdos ressalta o nível de preocupação dos EUA com os ganhos dos militantes do EI no norte, além de refletir a visão do governo de que os iraquianos devem tomar as medidas necessárias para resolver os seus próprios problemas de segurança.
Mais de 20 mil das 40 mil pessoas presas pelos radicais do EI em uma montanha já escaparam, mas os EUA consideram um resgate em grande escala, segundo o britânico “Guardian”. Os EUA estão explorando opções para retirar milhares de civis iraquianos presos em uma montanha no norte do Iraque depois de quatro noites de lançamentos aéreos de ajuda humanitária, disseram autoridades em Washington.
Pelo menos metade das pessoas sitiadas elos radicais no Monte Sinjar escaparam no domingo (10) à noite, auxiliados por curdos que vieram da Síria para resgatá-los. “Estamos revendo opções para remover os civis da montanha”, o vice-assessor de segurança nacional, Ben Rhodes, disse à Reuters no domingo. Os refugiados, todos os membros da seita yazidi, começaram a voltar para a região autônoma curda do Iraque.
Os curdos iraquianos recebem armas de várias origens para conter o avanço do EI, afirmou uma fonte do Departamento de Estado americano, que não revelou os países envolvidos. Ao ser questionado se o governo dos Estados Unidos fornece armas, respondeu: “Não posso comentar isto. Estão acontecendo muitas negociações entre muitos países”.
As forças curdas, que nos últimos dias sofreram várias derrotas para os insurgentes sunitas liderados pelo EI, recuperaram terreno no domingo, terceiro dia dos ataques aéreos dos Estados Unidos. Além da ajuda de emergência que EUA, França e Reino Unido entregam aos civis cercados, as forças americanas executam ataques aéreos contra as posições do EI.
No domingo, o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, afirmou que, nas consultas com os sócios da União Europeia, Paris cogitava a entrega de armas aos curdos.