Apesar de informações anteriores referirem a atualização dos C-130s, o Ministro da Defesa de Portugal Aguiar-Branco reafirmou a substituição por KC-390. No final de Janeiro, durante um debate no Parlamento em que apresentava os futuros planos das Forças Armadas Portuguesas, o Ministro Aguiar-Branco já havia se referido que a provável compra do novo avião de transporte brasileiro KC-390 não se daria por falta de orçamento, e que ao invés da compra procederia-se fazer uma nova atualização da frota de 6 aviões de transporte C-130 já em serviço na Força Aérea Portuguesa.
O documento apresentado nesta ocasião, então previa a compra de dois navios de patrulha para ajudar a vigiar a vasta zona exclusiva marítima portuguesa, assim como finalmente procurar um novo fuzil automático para a substituição dos eficientes mas já ultrapassados fuzis G3.
Contudo, nas últimas declarações proferidas da comissão parlamentar da defesa nesta quarta-feira, o Ministro Aguiar-Branco teria voltado atrás no que dizia respeito às aeronaves da Força Aérea, afirmando que segundo a Lei da Programação Militar poderia-se avançar com a aquisição dos KC-390, podendo a decisão ser finalizada antes do final do presente ano, com 40 milhões de euros prontos a serem disponibilizados para os primeiros pagamentos.
No entanto esta decisão não seria feita imediatamente devido à presente falta de condições para tal. Nestas últimas declarações, o Ministro também confirmou que se iria adquirir o navio de apoio logístico Sirocco, descomissionado da Marinha Francesa e avaliado em 80 milhões de euros, e que a proposta de construção de novos vasos de guerra avaliada em 400 milhões de euros, estaria de momento fora do alcance da Marinha.
A substituição dos aviões C-130 é desde há algum tempo um tema recorrente para a Força Aérea Portuguesa. Adquiridos já de segunda mão nos Estados Unidos em 1977 as aeronaves, três C-130H de fuselagem curta e outros três C-130H-30 de fuselagem longa e maior capacidade de carga, deveriam então manter-se em serviço até 2030.
Equipados com 4 motores turbo-hélice e considerados entre os melhores aviões de transporte tático do mundo, os Lockheed C-130 Hercules oferecem uma capacidade de transporte e apoio logístico indispensáveis a qualquer força militar moderna. No entanto e como referido, os exemplares portugueses são antigos e é questionável se continuariam a voar por mais 15 anos, mesmo se modernizados.
Já o Embraer KC-390 é uma nova aposta da empresa aeronáutica brasileira Embraer Defesa & Segurança. Equipada com dois motores a jato, apresenta-se como parte de uma nova geração de aeronaves táticas a ser desenvolvidas em todo o mundo. A capacidade de carga, de pouco mais de 20 toneladas é equiparada à do C-130, mas o alcance de quase 5000 km quando carregada é superior assim como os instrumentos, evidentemente mais modernos.
O protótipo do KC-390 voou pela primeira vez no último dia 3 de Fevereiro, terça-feira, e é a maior aeronave já desenhada e construída no Brasil. A possibilidade de compra de 6 unidades destes aparelhos para tomar o lugar dos C-130 foi incluída numa série de contrapartidas, como a construção da fábrica da Embraer em Évora, e apesar dos custos admite-se que seria um grande passo em frente para a ainda limitada indústria aeroespacial portuguesa.
FONTE : BLASTING NEWS