O Japão pretende restabelecer contatos com a Frota do Pacífico da Russia (FPR), que foram interrompidos devido à crise ucraniana. Trata-se de manobras conjuntas de busca e resgate no espaço aquático de Vladivostok.
Para além de manobras, representantes do comando da Marinha japonesa pretendem efetuar consultas com colegas da FPR, para conformar a disposição de continuar os laços bilaterais na área da defesa, comunicou o jornal japonês Nikkei, citando dirigentes do Ministério da Defesa do Japão.
O serviço de imprensa da FPR tem confirmado essa informação à Voz da Rússia. De acordo com o chefe da Seção de Apoio Informativo da região do Primorie, capitão-de-mar-e-guerra Roman Martov, as propostas da parte japonesa estão sendo estudadas.
Penso que uma decisão definitiva seja tomada em outubro, mas por enquanto a questão está em fase do estudo. A decisão sobre o assunto será tomada em Moscou e agora não posso dizer nada com certeza. Mas até hoje nunca renunciávamos a manobras que sempre tiveram caráter regular.
Durante as manobras com marinheiros japoneses foram efetuados treinos de comunicação e manobras, praticados episódios de incêndio a bordo de navios e sua extinção, assim como operações de resgate de pessoas no mar. A meu ver, um cenário análogo está previsto também para esta vez. Devemos armar-nos de paciência e aguardar um pouco.
Possivelmente, será necessário aguardar também, porque navios da FPR estão efetuando em setembro exercícios em larga escala nos mares de Okhotsk e do Japão. As manobras decorrem no quadro da inspeção repentina da prontidade combativa das tropas da Região Militar Oriental.
Quanto às manobras navais russo-japonesas, elas são mais de caráter humanitário, tendo por missão coordenar ações de marinheiros durante operações de busca e resgate. Tais exercícios são efetuados a partir de 1998. As últimas, décimas quartas, ocorreram em dezembro do ano passado perto do porto japonês de Maizuru.
Lembrando que até ultimamente os contatos político-militares entre Moscou e Tóquio se desenvolviam dinamicamente em diferentes níveis. Assim, em novembro de 2013, decorreu em Tóquio o primeiro encontro na história das relações bilaterais entre os chefes dos departamentos defensivos e diplomáticos em formato “dois mais dois”.
Após essas consultas foi anunciada a intenção de alargar a envergadura e formas de manobras militares. Mas, devido aos acontecimentos em torno da Ucrânia e ao apoio às sanções contra a Rússia por parte de Tóquio, tais contatos foram interrompidos.
Esperamos que em outubro próximo a prática de manobras conjuntas entre marinheiros japoneses e a FPR seja continuada. Não há sérias razões para renunciar a elas.