O Ministério da defesa da Rússia e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos assinaram, nesta terça-feira (20), um acordo de segurança para o uso do espaço aéreo da Síria. O objetivo é evitar choques acidentais , já que russos e e norte-americanos promovem operações militares no país. O porta-voz do Pentágono (sede do Departamento de Defesa americano), Peter Cook, explicou que o acordo prevê o uso de frequências de comunicação – uma das quais em solo – entre militares dos dois países. Os termos também estabelecem uma distância mínima de segurança para os aviões de combate.
Peter Cook enfatizou que o acordo não significa nenhuma espécie de cooperação com os russos. Segundo ele, o governo dos Estados Unidos considera a intervenção da Rússia na Síria contraproducente e que só vai piorar a guerra civil no país. Sobre o acordo firmado nesta terça-feira (20), o ministro da defesa da Rússia, Anatoly Antonov, afirmou que esperava assinar um documento mais substancial que estabelecesse uma cooperação nas operações militares. O ministro acusou os Estados Unidos de negligenciarem a lei internacional ao comandar uma coalizão internacional contra posições do Estado Islâmico no país.
Antonov afirmou, ainda, que as operações militares lideradas pelos norte-americanos não têm autorização do governo da Síria e não foram previstas por resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas. A coalizão internacional que combate o Estado Islâmico, sob o comando de Washington, atua na Síria e no Iraque há mais de um ano. Desde setembro, a Rússia comanda ataques aéreos em território sírio com autorização do presidente Bashar Al-Assad. Os russos afirmam que os alvos são terroristas, mas países ocidentais acusam o país de também bombardear rebeldes que lutam para derrubar o governo.
Por: Gislene Nogueira e Nelio Neves Andrade