News

Em celebração do dia do Soldado em Brasília, empresários gaúchos são agraciados com a Medalha Exército Brasileiro

Forças Armadas e sociedade civil transportam 3,6 mil toneladas de donativos ao Rio Grande do Sul na maior campanha humanitária já registrada no país

Embraer e FAB colaboram com logística e doações para o Rio Grande do Sul

P-3AM Orion faz primeiro voo com novas asas

ABIMDE coordenou empresas brasileiras na Defence Service Asia 2024

KC-390 Millennium transporta Hospital de Campanha da FAB para Canoas

Hospital de Campanha da Marinha inicia atendimentos no RS nesta quinta-feira (9)

Wednesday, 30 de October de 2024
Home » Marinha » 11 de Junho – Batalha Naval do Riachuelo, Data Magna da Marinha

11 de Junho – Batalha Naval do Riachuelo, Data Magna da Marinha

Marinha
Por

Batalha Naval do Riachuelo - BR ESCOLA

A importância da A Batalha Naval do Riachuelo na História do Brasil

A Batalha Naval do Riachuelo é considerada, pelos historiadores, como uma batalha decisiva da Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1864-1870) – o maior conflito militar na América do Sul, somente superado em vítimas no Novo Mundo pela Guerra Civil Americana (1861-1865).

Fragata Amazonas

A importância da vitória nessa batalha está ligada ao fato que, até aquela data, o Paraguai tinha a iniciativa na guerra e ela inverteu a situação, garantiu o bloqueio e o uso pelo Brasil dos rios, que eram as principais artérias do teatro de operações de guerra. Desincentivou, também, possíveis adesões de simpatizantes argentinos e uruguaios à causa paraguaia.

Cenário político do país na ocasião

Logo após sua independência, o Paraguai procurou se manter afastado dos conflitos frequentes que ocorriam na Região do Prata. Quando Francisco Solano Lopez assumiu o poder em 1862, após a morte de seu pai, Carlos Antônio Lopez, passou a exercer uma política externa mais atuante do que a do seu pai, tentando fazer sua presença sobressair na região.

O Brasil, agindo de acordo com a sua política externa, foi o primeiro país a reconhecer a independência do Paraguai. Isso devia-se ao fato do império não ser favorável à almejada anexação do território paraguaio, pela Confederação Argentina.

Havia questões de limites entre o Brasil e o Paraguai, mas era improvável que isso levasse a um conflito armado. A intervenção brasileira no Uruguai, em 1864, no entanto, contrariou os planos políticos e as alianças de Solano López.

Solano LOpez

Ele considerou que a invasão do Uruguai, por tropas brasileiras, era um ato de guerra do Brasil contra os interesses do Paraguai e iniciou as hostilidades. Como lhe foi negada a permissão para que seu exército atravessasse território argentino para atacar o Rio Grande do Sul, invadiu a Província de Corrientes, envolvendo a Argentina no conflito.

O Paraguai estava se mobilizando para uma possível guerra desde o início de 1864. López se julgava mais forte e acreditava que teria o apoio do Partido Blanco uruguaio e dos partidários argentinos de Justo José de Urquiza, que exercia o poder na província argentina de Entre Rios. Tal não ocorreu.

Sua derrota em Riachuelo acabou com a possibilidade de uma vitória rápida. Seus possíveis aliados não aderiram. Ele, também, superestimou o poder econômico e militar do Paraguai e subestimou o potencial e a disposição do Brasil para a luta.

A Esquadra Brasileira

No início da Guerra da Tríplice Aliança, a Esquadra brasileira dispunha de 45 navios armados. Destes, 33 eram navios de propulsão mista, a vela e a vapor, e 12 dependiam exclusivamente do vento. O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (Arsenal da Corte) passara por uma modernização em meados do século XIX.

Diversos dos navios do início da guerra foram projetados e construídos no País. Mais tarde, o Arsenal construiu também navios encouraçados para o teatro de operação no Rio da Paraguai.

Riachuelo barroso paraguai6732456

Os navios brasileiros disponíveis antes dessa guerra eram adequados para operar no mar e não nas condições de águas restritas e pouco profundas que o teatro de operações nos rios Paraná e Paraguai exigia; a possibilidade de encalhar era um perigo sempre presente.

Além disso, esses navios, possuíam casco de madeira, o que os tornava muito vulneráveis à artilharia de terra, posicionada nas margens.

 A Esquadra Paraguaia

A Esquadra paraguaia possuía 32 navios, incluindo os que eles apresaram do Brasil e da Argentina, dos quais 24 eram navios de propulsão mista a vapor e vela e oito eram navios exclusivamente a vela.

Todos os navios de propulsão mista, exceto um deles, eram de madeira, com rodas de pás. Embora todos eles fossem adequados para navegar nos rios, somente o Taquari era um verdadeiro navio de guerra.

Os paraguaios desenvolveram, então, a chata com canhão como arma de guerra. Era um barco de fundo chato, sem propulsão, com canhão de seis polegadas de calibre, que era rebocado até o local de utilização, onde ficava fundeado.

Transportava apenas a guarnição do canhão, e sua borda ficava próxima da água, deixando à vista um reduzidíssimo alvo. Via-se somente a boca do canhão, acima da superfície da água.

 Antecedentes a Batalha

Coube ao Almirante Joaquim Marques Lisboa, Visconde de Tamandaré, depois Marquês de Tamandaré, o comando das Forças Navais do Brasil em Operações de Guerra contra o Governo do Paraguai. A Marinha do Brasil representava praticamente a totalidade do Poder Naval presente no teatro de operações.

O Comando-Geral dos Exércitos Aliados era exercido pelo Presidente da República da Argentina, General Bartolomeu Mitre. As Forças Navais do Brasil não estavam subordinadas a ele, de acordo com o Tratado da Tríplice Aliança.

A estratégia naval adotada pelos aliados foi o bloqueio. Os rios Paraná e Paraguai eram as artérias de comunicação com o Paraguai. As Forças Navais do Brasil foram organizadas em três Divisões – uma permaneceu no Rio da Prata e as outras duas subiram o Rio Paraná para efetivar o bloqueio.

51nau

Com o avanço das tropas paraguaias ao longo da margem esquerda do Paraná, Tamandaré resolveu designar seu Chefe do Estado-Maior o Chefe-de-Divisão (posto que correspondia a Comodoro, em outras Marinhas) Francisco Manoel Barroso da Silva, para comandar a força naval que estava rio acima.

Barroso partiu de Montevidéu em 28 de abril de 1865, na Fragata Amazonas, e se juntou à força naval em Bela Vista.

A primeira missão de Barroso foi um ataque à Cidade de Corrientes, que estava ocupada pelos paraguaios. O desembarque ocorreu, com bom êxito, em 25 de maio. Não era possível manter a posse dessa cidade na retaguarda das tropas invasoras e foi preciso, logo depois, evacuá-la.

Ficou evidente que a presença da força naval brasileira deixaria o flanco dos invasores sempre muito vulnerável. Era necessário destruí-la, e isso motivou Solano López a planejar a ação que levaria à Batalha Naval do Riachuelo.

A Batalha

A Força Naval Brasileira comandada por Barroso, estava fundeada no Rio Paraná próximo à Cidade de Corrientes, na noite de 10 para 11 de junho de 1865.

O plano paraguaio era surpreender os navios brasileiros na alvorada do dia 11 de junho, abordá-los e, após a vitória, rebocá-los para Humaitá. Para aumentar o poder de fogo, a força naval paraguaia, comandada pelo Capitão-de-Fragata Pedro Ignácio Mezza, rebocava seis chatas com canhões.

A Ponta de Santa Catalina, próxima à foz do Riachuelo, foi artilhada pelos paraguaios. Havia, também, tropas de infantaria posicionadas para atirar sobre os navios brasileiros que escapassem.

No dia 11 de junho, aproximadamente às 9 horas, a força naval brasileira avistou os navios paraguaios descendo o rio e se preparou para o combate. Mezza se atrasara e desistiu de iniciar a batalha com abordagem.

Às 9 horas e 25 minutos, dispararam-se os primeiros tiros de artilharia. A força paraguaia passou pela brasileira, ainda imobilizada, e foi se abrigar junto à foz do Riachuelo, onde ficou aguardando.

Mapa da Batalha

Após suspender, a força naval brasileira desceu o rio, perseguindo os paraguaios, e avistou-os parados nas proximidades da foz do Riachuelo. Desconhecendo que a margem estava artilhada, Barroso deteve sua capitânia, a Fragata Amazonas, para cortar possível fuga dos paraguaios.

Com sua manobra inesperada, alguns dos navios retrocederam, e o Jequitinhonha encalhou em frente às baterias de Santa Catalina. O primeiro navio da linha, o Belmonte, passou por Riachuelo separado dos outros, sofrendo o fogo concentrado do inimigo e, após passar, encalhou propositadamente, para não afundar.

Corrigindo sua manobra, Barroso, com a Amazonas, assumiu a vanguarda dos outros navios brasileiros e efetuou a passagem, combatendo a artilharia da margem, os navios e a chatas, sob a fuzilaria das tropas paraguaias que atiravam das barrancas.

Completou-se assim, aproximadamente às 12 horas, a primeira fase da Batalha. Até então, o resultado era altamente insatisfatório para o Brasil: o Belmonte fora de ação, o Jequitinhonha encalhado para sempre e o Parnaíba, com avaria no leme, sendo abordado e dominado pelo inimigo, apesar da resistência heróica dos brasileiros, como o Guarda-Marinha Greenhalgh e o Marinheiro Marcílio Dias, que lutaram até a morte.

Então, Barroso decidiu regressar. Desceu o rio, fez a volta com os seis navios restantes e, logo depois, estava novamente em Riachuelo.

Tirando vantagem do porte da Amazonas, Barroso usou seu navio para abalroar e inutilizar navios paraguaios e vencer a Batalha. Quatro navios inimigos fugiram perseguidos pelos brasileiros.

Antes do pôr-do-sol de 11 de junho, a vitória era brasileira. A Esquadra paraguaia fora praticamente aniquilada e não teria mais participação relevante no conflito. Estava, também, garantido o bloqueio que impediria que o Paraguai recebesse armamentos do exterior, inclusive os encouraçados que encomendara na Europa.

Foi a primeira grande vitória da Tríplice Aliança na guerra e, por isto, muito comemorada.

Com a vitória em Riachuelo, com a retirada dos paraguaios da margem esquerda do Paraná e a rendição dos invasores em Uruguaiana, a opinião dos aliados era de que a guerra terminaria logo.

Isso, porém, não ocorreu. O Paraguai era um país mobilizado e Humaitá ainda era uma fortaleza inexpugnável para os navios de madeira que venceram a Batalha Naval do Riachuelo.

A guerra foi longa, difícil e causou muitas mortes e sacrifícios. Foi nela, que brasileiros de todas as regiões do País foram mobilizados conheceram-se melhor e trabalharam juntos para a defesa da Pátria. Consolidou-se, assim, a nacionalidade.

Sinais de Barroso

O que é Sinal?

O Código Internacional de Sinais é o resultado da necessidade de se uniformizar todos os sinais empregados na comunicação visual e via rádio e passou a vigorar a partir de 1º de abril de 1969.

É composto por 26 bandeiras alfabéticas, 10 numéricas, 3 substitutas e um galhardete de código ou reconhecimento. Todas as bandeiras alfabéticas, excetuando-se a letra “R”, significam uma mensagem distinta. Admite-se a combinação de umas bandeiras com as outras sendo lidas do topo para a base.

Simbologia universal

Ademais, as bandeiras estão concebidas de modo a ser reconhecidas mesmo estando parcialmente cobertas.

No dia 11 de junho de 1865, nas águas do rio Paraná, próximo à confluência do Riachuelo, travou-se o sangrento combate que recebeu o nome do pequeno afluente.

No decorrer da luta, na Capitânia de Barroso, a Fragata Amazonas, foram içados numerosos sinais, transmitindo ordens aos demais comandantes brasileiros.

Dois deles foram especialmente célebres:

sinais_baroso

779 – “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever

10 – “Sustentar o fogo que a vitória é nossa

Anualmente, no dia 11 junho, a Marinha do Brasil comemora o grande feito do Almirante Barroso na Batalha Naval do Riachuelo, ocasião em que são içados nos mastros de todos os navios e organizações de terra os históricos sinais utilizados pelo Chefe Naval durante o confronto.

Fonte | Fotos: ccsm