A Marinha do Brasil deu início a modernização de 8 aeronaves C1 / S2 que servirão como aeronaves de transporte e se tudo ocorrer conforme o planejado, em quatro anos os C-1A Trader (ex-US-Navy) que estiveram estocadas por 26 anos no cemitério de aeronaves no Arizona, voltarão à ativa operando no porta-aviões Brasileiro NAe São Paulo.
Mais de 1000 aeronaves C1 / S2 foram produzidos pela empresa Grumman entre os anos de 1952 1980 e serviram à bordo dos porta-aviões da US Navy por três décadas. Um total de 83 modelos C-1A foram produzidos, utilizados como aeronaves de transporte Carrier On-Board Delivery (COD) da Marinha.Em 1988 os traders foram retirados de serviço e enviados para a Davis Monthan Boneyard em Tucson, no Arizona.
Ao contrário das Marinhas dos EUA e da França que operam o E-2C/D Hawkeye e C-2 Greyhound em porta-aviões maiores, a Marinha do Brasil possui apenas um porta-aviões (NAe São Paulo) o qual a sua catapulta possui força limitada e está restrita ao tamanho do seu convôo, o que limita a sua escolha em uma aeronave menor e mais leve do tipo Tracker/Trader.
Mas quem então poderia fazer tal modernização? Com esta duvida em mente, os representantes Brasileiros foram até o Arizona na sede da empresa Marsh Aviation of Mesa Arizona. A Marsh possuia experiência em tais trabalhos de recondicionamento e modernização, a empresa remodelou e transformou 26 aeronaves tanker (Reabastecedora, ex-US Navy) em S-2T aerial firefighters (Combate a Incêndios) para o Departamento Florestal da Califórnia de proteção contra incêndios (CDF).
A empresa Israelense Israel Aerospace Industries (IAI) realizou um trabalho semelhante na década de 1990, substituindo os Trackers com motor a pistão operados pela Marinha argentina em turboélices.
Os brasileiros optaram por remodelar as variantes dos Traders, a partir de aeronaves que eles selecionaram no deserto do Arizona. Originalmente, a Marinha do Brasil estava planejando converter oito aeronaves sendo quatro na configuração S-2T Airborne Early. Atualmente, quatro C-1 serão convertidos em Turbos Traders, e designados como KC-2 COD/AAR (Carrier-On-Board Delivery/Air-to-Air Refueling ), eles serão usados como COD e aeronaves de reabastecimento aéreo a bordo do porta-aviões.
Tal como acontece com os S-2T, os motores de pistão originais serão substituídos por motores turbo-prop TPE-331 da Honeywell, o KC-2 também irá receber um moderno cockpit, com novos sistemas de comunicação, sistemas de controle ambiental (Environmental Control Systems-ECS), bem como a integração para passar a fazer reabastecimento aéreo.
Originalmente assinado há quatro anos (outubro de 2011), a atualização foi adiada devido as dificuldades legais encontradas pela Marsh. No mês passado, a Diretoria de Aeronáutica da Marinha Brasileira (DAerM) e a empresa Marsh Aviation reativaram o programa, com a introdução da empresa M7 Aviation, de San Antonio (Texas) como uma subcontratada e facilitadora.
Enquanto as oito fuselagens foram compradas a um preço ‘pechincha’ de U$S 32 mil cada uma, toda a reforma, reengenharia e programa de modernização custará cerca de U$S 167 milhões, de acordo com o contrato original atribuído a Marsh em 2011. A M7 receberá U$S 106 milhões para a sua parte no projeto de cinco anos de duração.
O trabalho de atualização será realizado em San Antonio, nas instalações da M7 Aerospace, a qual é uma subsidiária da Elbit Systems para a America e terá a supervisão de oficiais da Marinha do Brasil, que foram designados para tal empreitada.
Originalmente programado para serem entregues em 2015, o primeiro voo do protótipo KC-2 está previsto para novembro de 2017 e a entrega da primeira aeronave operacional para a Marinha do Brasil está prevista para dezembro de 2018. A aeronave será operada pelo 1º Esquadrão de Aviões de Transporte e Alarme Aéreo Antecipado (VEC-1), sediado na Base Aérea naval de São Pedro d’Aldeia.
FONTE : Defense Update