A Marinha do Brasil enviará ao continente antártico o Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel” e o Navio Polar “Almirante Maximiano”, iniciando a XXXIV Operação Antártica (OPERANTAR), os navios desatracaram do Arsenal de Marinha do Rio de janeiro no último dia 5, com destino ao Continente Antártico, para participar da Operação Antártica.
A missão será apoiar a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e as diversas Instituições que desenvolvem pesquisas científicas naquele continente, realizando coletas de amostras de água e do solo marinho, estudo das aves e pesquisas geológicas, além de observações meteorológicas e do comportamento das massas de água na região, as quais exercem influência sobre o clima. As atividades científicas envolvem profissionais de várias instituições de ensino e de pesquisa do País, que utilizam os navios como plataforma ou, com o apoio deles, estabelecem acampamentos e refúgios na região. O regresso está previsto para 29 de março de 2016, após escalas nos portos de Rio Grande (RS), no Brasil, Punta Arenas, no Chile, e Montevidéu, no Uruguai.
Os navios
O Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel”, também conhecido como “Gigante Vermelho”, foi construído no estaleiro Hoylandsdygo-George Ei Des Sonner A/S, na Noruega, tendo sido incorporado à Marinha do Brasil em 1994. Está preparado para navegação em regiões polares e para a operabilidade em campos de gelo fragmentado (catalogado como Ice Class 1A1 pela Sociedade Classificadora Det Norske Veritas). O navio, na sua 22ª comissão austral, está sob o comando do Capitão-de-Mar-e-Guerra Nilo Gonçalves de Souza.
O “Gigante Vermelho” possui dois laboratórios para apoio à pesquisa e dois porões com capacidade de 1.254 m³ para o transporte de carga. É dotado de equipamentos de navegação e de apoio tais como guincho oceanográfico e geológico, arco de popa, ecobatímetros para pequenas e grandes profundidades, GPS e uma estação de acompanhamento de informações meteorológicas.
Carinhosamente chamado de “Tio MAX” pela tripulação, o navio Polar “Almirante Maximiano” foi construído, no estaleiro Todd (EUA), tendo sido comissionado como navio de apoio (Supply Vessel) às plataformas de petróleo no Mar do Norte e incorporado a Marinha do Brasil em 03 de fevereiro de 2009. Na sua 7ª comissão austral, o navio está sob o comando do Capitão-de-Mar-e-Guerra Carlos André Coronha Macedo.
Preparado para navegação em regiões polares, o navio possui guincho geológico capaz de coletar amostras do assoalho marinho em profundidades de até 10.000 metros; Gravímetro; guincho oceanográfico que opera em profundidades de até 8.000 metros; cinco laboratórios; estação meteorológica; sistema de posicionamento dinâmico (DP) que permite manter-se imóvel em determinada latitude e longitude; ecobatímetro multifeixe; perfilador de corrente marinha (ADCP); perfilador de sedimentos do subsolo marinho (SBP); e quatro embarcações infláveis.
Os navios executam as tarefas de apoio logístico aos Módulos Antárticos Emergenciais (MAE) da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e aos projetos de universidades brasileiras, nas áreas de Oceanografia e Hidrografia, Biologia, Geologia, Antropologia e Meteorologia, realizando levantamentos oceanográficos, coletas de amostras de água e solo marinho, estudo das aves, pesquisas geológicas nas ilhas do arquipélago das Shetland do Sul e península antártica, além de observações meteorológicas e do comportamento das massas de água na região, que tanto influenciam o clima do planeta.
Para cumprir tais tarefas, os navios transportam helicópteros modelo Esquilo bi-turbina e Destacamentos Aéreos Embarcados (DAE), composto por militares do Primeiro Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1). Contam, também, com o apoio de equipes de mergulhadores, oriundos da Força de Submarinos da Esquadra Brasileira, aptas a realizar suas tarefas nas geladas águas antárticas.
FONTE: Jornal do Brasil