A Marinha do Brasil realizou, no litoral do Rio de Janeiro, exercício avançado de Operações de Paz (EAOP) para a Fragata União (F45) e toda a sua tripulação. A embarcação irá assumir, em fevereiro de 2015, a função de nau-capitânia a Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FTM-UNIFIL). O exercício aconteceu no início do mês.
Este será o 9° Contingente Brasileiro no Líbano – o Brasil comanda a FTM-UNIFIL desde fevereiro de 2011. Os militares que assumirão a missão foram submetidos a treinamentos prévios, com exercícios protocolados e estabelecidos pelo Departamento de Operações de Paz da ONU. Os treinamentos no Rio foram coordenados pelo Comando-em-Chefe da Esquadra, organização militar que tem como propósito manter sua frota pronta para atuar.
O exercício incluiu cerca de 250 militares – a tripulação da Fragata -, o Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) para um helicóptero Super Lynx (AH-11A), os destacamentos de Fuzileiros Navais (FN) e um de Mergulhadores de Combate (MeC). Os Fuzileiros Navais compõem o Grupo de Proteção ao Comandante da FTM (Force Protection), sendo empregado, ainda, em eventuais escoltas ou deslocamentos terrestres.
Os MeC são empregados como Grupo de Reação a Ameaças Assimétricas (GRAA) e também no destacamento de abordagem. Estes militares são capazes de realizar a abordagem utilizando equipamentos especiais, técnicas de Fast-Rope (rapel) e aproximações por bote.
A Marinha do Brasil tem como missão apoiar a Força Naval do Líbano no patrulhamento e no monitoramento do seu mar territorial por meio de Operações de Interdição Marítima (MIO). O objetivo é prevenir a entrada ilegal de armamentos e contrabandos por via marítima em seu território. Também treinar militares da Marinha libanesa para que, no futuro, sejam capazes de assumir o controle de suas águas territoriais.
Os treinamentos do 9° Contingente contemplam situações às quais a nau-capitânia pode ser submetida no Líbano. Foi simulado o exercício de defesa contra ameaça assimétrica, ataque de uma lancha contra o navio brasileiro, e o Controle de Avarias (CAV), onde os militares realizam treinamento simulando combate contra incêndio a bordo.
Em casos de fiscalização de embarcações que apresentam algum nível de ameaça, os mergulhadores de combate partem da Fragata em um helicóptero ou lancha rápida com a ordem para invadirem o navio suspeito. Em seguida, uma equipe de vistoria vai a bordo para procurar armas e, se necessário, levar a embarcação a um porto.
A tripulação da Fragata, como todos os demais navios da Esquadra, já é submetida a um ciclo de adestramentos planejados pela Marinha do Brasil. Todo este processo é fundamental, pois a região apresenta instabilidades provocadas pelo conflito na Síria e tensões fronteiriças entre Líbano e Israel.
Além da questão Palestina e do recente recrudescimento por parte de grupos radicais, a área marítima que circunda a região não apresenta grandes problemas e registra intenso tráfego marítimo comercial.
O exercício contou com o apoio dos Centros de Adestramento Almirante Marques de Leão (CAAML), do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), da Fragata Liberal (empregada como navio assistente para simulação de eventos), do 1º Esquadrão de Aeronaves de Interceptação e Ataque, do 1º Esquadrão de Helicópteros de Esclarecimento e Ataque e também de representante da Subchefia de Operações de Paz do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Defesa.