Começou nesta segunda-feira (28), em Brasília (DF), a 21ª Conferência Anual da Associação Internacional de Centros de Manutenção de Paz (IAPTC, na sigla em inglês). O evento, que acontece pela primeira vez no Brasil, vai até a próxima sexta-feira (02/10) e é promovido pelo Ministério da Defesa, por intermédio do Exército.
Na abertura, o representante do presidente da IAPTC, coronel indonésio Taufik Santoso, explicou que a pretensão é que a conferência aumente as parcerias para treinamentos. “As operações de paz têm sido a mais importante resposta para solucionar situações de conflito.” Ele disse, também, que exercícios integrados servem para estabelecer habilidades e são ferramenta fundamental para ações humanitárias.
Esta 21ª edição conta com 213 participantes, entre militares (131), civis (67) e policiais (15), de 50 países. A maior parte deles vem dos continentes americanos. A Associação Internacional de Centros de Manutenção de Paz é uma organização criada em 1995 que possui, atualmente, mais de 80 nações integrantes. A próxima conferência será realizada na Bósnia, em 2016.
Brasil em missões de paz
O chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, participou da abertura do evento representando a Defesa. Ele relembrou a primeira reunião da IAPTC, há 20 anos, no Canadá. “Vemos que em 1995, a assembleia-geral da Organização das Nações Unidas [ONU] já manifestava interesse em treinamentos para operações de paz”, falou.
O general De Nardi fez, ainda, um breve histórico sobre a participação do Brasil em missões no exterior. “Estivemos sempre presentes desde 1948 com o envio de observadores à região dos Bálcãs, na porção meridional da Europa. E depois em 1956 com o batalhão de Infantaria em Suez”, resumiu. E completou: “A paz requer atenção permanente. Nesse caso, as operações são instrumento político legitimado pela ONU”.
Ao longo dos anos, o país atuou em 50 das 71 operações da ONU, tendo enviado mais de 47 mil homens e mulheres para essa atividade. Hoje, o Brasil está ativo em dez nações, com o comando em duas delas: no caso da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) e na Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano.
Para o comandante do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), coronel José Ricardo Vendramin Nunes, ao sediar a 21ª conferência, “o país demonstra para a comunidade internacional o total comprometimento com as missões dessa natureza”. Ainda de acordo com o oficial, o maior desafio, hoje, é reunir as capacidades militares, civis e policiais necessárias para cumprir os mandatos de segurança das Nações Unidas. O CCOPAB é um centro que prepara profissionais que irão integrar ações no exterior. Está localizado na cidade do Rio de Janeiro e já capacitou brasileiros e estrangeiros.
A cerimônia inicial contou com a presença do comandante do Exército, general Eduardo Dias Villas Bôas; e do terceiro subchefe do Comando de Operações Terrestres, general Gláucio Lucas Alves – coordenador-anfitrião do evento. Durante a semana, além de plenárias e seminários, haverá a exposição de estandes de Centros de Operações de Paz de diversos países. A 21ª Conferência Anual da IAPTC não é aberta ao público, mas terá cobertura em tempo real no site www.ccopab.eb.mil.br.
FONTE: Ministério da Defesa