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A alta cúpula militar brasileira esteve reunida na última quinta-feira (8) em Brasília (DF), para prestigiar a posse de Aldo Rebelo como novo ministro da Defesa, que antes estava à frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Em discurso, o alagoano enfatizou a importância de dar prosseguimento a agenda de defesa do Brasil, dando continuidade aos projetos estratégicos da pasta.
“Meu compromisso não poderia ser outro se não defender os projetos estratégicos. Oferecer a cada uma das agendas das Forças Armadas um apoio importante”, afirmou. “No Exército, com o Sistema de Monitoramento das Fronteiras (Sisfron) e o sistema de defesa cibernética. Na Marinha, com o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). E na Força Aérea, concluir a aquisição dos caças Gripen e retomar o programa espacial no Brasil para que seja capaz de cumprir sua missão, de construir e lançar o Veículo Lançador de Satélites (VLS) a partir de uma base brasileira.”
Mas Rebelo terá um desafio grande pela frente para cumprir as agendas estratégicas. O ministério da Defesa foi a pasta que mais sofreu com os contingenciamentos do governo federal. Do orçamento inicial previsto de R$ 22,64 bilhões, foram cortados R$ 5,9 bilhões, restando R$ 16,62 bilhões para serem executados neste ano.
De acordo com o novo ministro da Defesa, será necessário criar uma interlocução mais forte com o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, de modo que as Forças Armadas consigam ter um orçamento permanente, não sujeito as sazonalidades da economia. “Quando estava no MCTI pedi a presidente que regulamentasse os 50% dos recursos restantes do pré-sal para o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI). Vou propor que esses recursos também sejam usados para as Forças Armadas”, ressaltou.
Atrasos e expectativas
A falta de verbas se mostrou um risco real no momento em que causou atrasos na implantação de diversos projetos, como do Sisfron, que começou a ser implantado em 2013, e está com atraso no prazo de conclusão de dez anos. Conforme o cronograma atual, segundo o comando do Exército, a expectativa é que ele seja finalizado daqui a 60 anos.
As dificuldades financeiras, contudo, podem sanar com o deslocamento de alguns empreendimentos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo informações do governo, nos próximos anos haverá um aporte de R$ 100,4 bilhões que contribuirá para o desenvolvimento de projetos de alta tecnologia. Um destes apoios é no Prosub, que pretende, até 2025, construir o estaleiro e a base naval onde será desenvolvido o submarino de propulsão nuclear e mais quatro modelos tradicionais. Outros projetos beneficiados são da área aeroespacial, como a construção e compra de 50 helicópteros EC-725, e a aquisição dos 36 caças Gripen NG, que preveem transferência de tecnologia e já estão com os contratos de financiamento assinados.
“Os projetos estratégicos das Forças Armadas geram importantes ganhos para a sociedade brasileira. Além de promoverem pesquisa e desenvolvimento de tecnologias nacionais, eles impulsionam a economia do Brasil, aquecem o mercado de trabalho e geram produtos exportáveis de alto valor agregado”, informou Jaques Wagner, que passou o cargo de ministro da Defesa para Aldo Rebelo.
Wagner mencionou como sucessos em sua gestão a conclusão das negociações que permitiram a assinatura do contrato de financiamento dos caças Gripen NG, e a missão do governo nos Estados Unidos, que destravou dois acordos cruciais com esse país, que permitirão a realização de treinamentos conjuntos, cursos e estágios, e facilitarão as negociações comerciais de equipamentos e armamentos. “Isso alçou nossas relações bilaterais a um novo patamar de colaboração em matéria de defesa”, ressaltou.
Por Leandro Cipriano da Agência Gestão CT&I