As mulheres agora são mais de 6% dos 350.000 integrantes das Forças Armadas do Brasil e, embora esta seja a maior proporção da história, ainda não é o suficiente, segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim.
“Temos visto um aumento da presença feminina nas Forças Armadas, porém a porcentagem ainda é pequena [dada a] importância que as mulheres têm em outros setores da sociedade”, disse Amorim recentemente a jornalistas. “Mas este número vai aumentar nos próximos anos.”
O Brasil alcançou um marco importante no final do ano passado, quando a primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Rousseff, parabenizou Dalva Maria Carvalho Mendes por ser a primeira mulher da história das Forças Armadas do país a tornar-se oficial general.
A nomeação de Dalva em novembro é um sinal de que a carreira militar no Brasil não só tem atraído mais mulheres – hoje elas somam 22.208 a vestir farda – mas as promove a patentes mais altas e com maior visibilidade, ressaltou Amorim. “A mudança não ocorreu apenas em termos numéricos, mas também em qualidade, intensidade e hierarquia”.
Dalva declarou que, apesar de as mulheres serem diferentes, “nós não devemos ter vergonha de sermos diferentes. Isso não é melhor ou pior. O importante é que estamos nos tornando líderes”.
A ascensão de Dalva ocorre em um contexto de mudanças significativas no recrutamento militar no Brasil e ante a insistente determinação da presidente Dilma de que as mulheres ocupem posições de liderança no Exército, Marinha e Aeronáutica.
“Pela primeira vez, uma mulher alcança a patente de oficial general, o que demonstra que, também nas Forças Armadas, o patriotismo e o profissionalismo são independentes de distinções de sexo”, disse a presidente. Tal fato será cada vez mais evidente à medida que novos regulamentos incentivem as mulheres a considerar ter uma carreira militar, enfatizou.
“A contra-almirante Dalva Maria de Carvalho Mendes é um exemplo do sucesso que milhões de brasileiras têm conquistado na busca por uma vida mais plena e por uma sociedade mais justa, com mais oportunidades para todos”, declarou Dilma.
Amorim deu o exemplo ao trazer para seu gabinete três mulheres oficiais provenientes de cada uma das três forças militares do Brasil, para exercer cargos de assessoria e liderança: a capitão-de-corveta Ana Paula Alves de Souza (Marinha) e as tenentes Sofia Meirose Salles (Exército) e Tatiana Willig (Força Aérea).
Dalva disse que sua promoção foi como renovar os votos para a Marinha e seu país, e afirmou aos jornalistas: “Nós mulheres sabemos que estamos aqui para unir, jamais para dividir”.