A Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (12) convite para o ministro Celso Amorim (Defesa) prestar esclarecimentos sobre o contrato assinado pelo governo com a empresa sueca Saab para a compra de 36 caças Gripen NG. A compra foi fechada no mês passado por US$ 5,4 bilhões (cerca de R$ 13,5 bilhões), encerrando uma discussão que se arrasta desde 2001.
A oposição queria aprovar uma convocação para o ministro, o que tornaria a presença obrigatória, mas a base governista fechou um acordo para o convite. Ainda não há data para o ministro comparecer ao Congresso. O valor do contrato ficou US$ 900 milhões (R$ 2,25 bilhões) acima do previsto quando a decisão foi anunciada, em dezembro de 2013.
A FAB (Força Aérea Brasileira) diz que a diferença se deve à negociação para a atualização do projeto –a proposta da Saab era de 2009, e foi necessário adequá-la à evolução tecnológica de alguns componentes do avião e à exigência de maior participação brasileira na produção. A entrega será de 2019 a 2024, prazo deslocado um ano além do previsto inicialmente por questões de capacidade industrial brasileira.
O pagamento não é imediato. A forma como o financiamento será feito ainda está sob análise da Aeronáutica, mas as análises iniciais da Saab previam que as parcelas poderiam estender-se até por 14 anos depois da entrega do último Gripen. A parte financeira precisa ser ratificada pelo Congresso.
Serão adquiridos 28 caças de um assento. Oito serão de dois assentos, usados primariamente para treinamento. Como são aparelhos multifuncionais, no longo prazo o Gripen deve substituir os aviões de caça (F-5), ataque ao solo (AMX) e desempenhar a função de interceptação dos Mirage, já desativados.
O avião foi escolhido por ser um modelo em desenvolvimento de um caça existente, possibilitando que empresas brasileiras adquiram conhecimento de produção e também forneçam partes da nova aeronave. A Saab vai abrir uma unidade para fabricação de peças de fuselagem no Brasil, por exemplo.