Militares integrantes do 21º contingente do Batalhão de Infantaria de Força de Paz (Brabat21) que atuarão no Haiti já estão em treinamento para assumir a missão no final do ano. A nova tropa, composta de homens de quartéis de Santa Maria (RS), vai substituir o 20º contingente em dezembro. Na cidade gaúcha, eles passam por preparação até o final de outubro.
O Brabat21 conta com efetivo de 1,2 mil militares das três forças singulares – além de integrantes de outros países que atuarão sob comando brasileiro. O quantitativo maior é do Exército Brasileiro, com 888 homens. Todo esse pessoal ficará subordinado ao coronel Francisco Humberto Montenegro Júnior.
O novo comandante, que já esteve duas vezes em atividades no exterior, explicou que a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah) será um desafio diferente. “Temos perfeita noção da responsabilidade e vamos dar prosseguimento ao excelente trabalho que vem sendo realizado no país”, destacou. O coronel disse que pretende manter “o elevado conceito” das Forças Armadas brasileiras na nação caribenha.
Além do Brabat21, haverá troca nos efetivos dos fuzileiros navais e dos militares da engenharia – o rodízio é realizado a cada seis meses. A Companhia de Engenharia de Força de Paz (Braengcoy), com 177 homens da Força Terrestre, ficará sob o comando do tenente-coronel Luís Claudio Brion Cardoso. E os 244 militares do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais serão comandados pelo capitão-de-fragata Luis Manuel de Campos Mello.
Preparatória
Até sexta-feira (1º/8), os comandantes e Estados-Maiores do 21º contingente brasileiro no Haiti participam de reunião preparatória no Ministério da Defesa (MD). A programação traz palestras sobre conjuntura do país caribenho, aspectos sanitários, função do transporte logístico, apoio aéreo, videoconferência com o Brabat20 e estrutura organizacional do MD, por exemplo.
A abertura do evento foi feita pelo chefe de Operações Conjuntas da Defesa, almirante Ademir Sobrinho. Na ocasião, o oficial anunciou que há a previsão de redução em 150 homens no 22º contingente, que deve chegar ao Haiti em junho de 2015. “Só teremos a definição em outubro”, afirmou.
A Minustah encontra-se em fase de consolidação, conforme determinado pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) – há a expectativa de que a missão seja reduzida a um contingente mínimo em 2016.
Política Externa
O diretor do Departamento de América Central e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, Ary Norton de Murat Quintella, fez exposição sobre o impacto da Minustah na política externa brasileira.
Ele destacou que, atualmente, o Brasil tem papel fundamental em diferentes setores da sociedade haitiana, como o desenvolvimento da capacidade eleitoral, atendimento de saúde e fortalecimento da Polícia Nacional. Ary Quintella citou ainda o projeto de distribuição de leite que é feito no país caribenho e as tratativas para começar um programa de sementes agrícolas.
“A voz do Brasil na manutenção da paz é respeitada. O Haiti virou demonstração do poder brando brasileiro. O balanço da presença lá é positivo. A população é grata. Mostramos que é possível comandar uma missão de paz”, finalizou.