A segurança da Copa do Mundo FIFA 2014 abrange a atuação em dois vetores que se integram e complementam: o de defesa propriamente dito, sob a responsabilidade do Ministério da Defesa, via Forças Armadas, e o de segurança pública, a cargo dos órgãos que atuam nesse setor.
Ambos trabalham em conjunto com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), encarregada de fornecer avaliações permanentes de risco. Cada um desses entes tem papel definido e atua de modo articulado com os demais.
No caso da Defesa, compete ao Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) a responsabilidade de coordenar a atuação da Marinha, do Exército e da Aeronáutica em dez setores estratégicos.
Defesa Aeroespacial e Controle do Espaço Aéreo
Para assegurar a fluidez do tráfego e garantir a segurança do espaço aéreo, o Comando da Aeronáutica irá promover ações especiais de controle no período da Copa.
O planejamento abrange a criação de três zonas de exclusão aérea nos locais de realização dos jogos: uma “área branca”, reservada; “amarela”, restrita; e “vermelha”, proibida. O período de ativação das áreas de exclusão dependerá do horário das partidas.
O objetivo é minimizar impactos decorrentes da flutuação do equilíbrio entre capacidade e demanda, garantindo a segurança das operações, bem como a regularidade e pontualidade dos voos.
Proteção de estruturas estratégicas
As Forças Armadas vão proteger toda e qualquer estrutura estratégica relacionada à realização do Mundial. O objetivo é garantir a integridade de instalações e serviços que, se interrompidos, provocariam sério impacto à realização desses eventos.
Alguns exemplos são subestações de energia elétrica e abastecimento de água, torres de telecomunicações, portos e aeroportos, as avaliações de risco indicarão estruturas essenciais que receberão segurança reforçada para que seu funcionamento seja assegurado.
Defesa marítima e fluvial
Ações de patrulha e inspeção naval, entre outras medidas de segurança, serão adotadas pela Marinha do Brasil contra ameaças vindas do mar e o uso indevido das vias fluviais, como a circulação de embarcações suspeitas.
Mergulhadores de combate e fuzileiros navais estarão de prontidão para atuar, caso necessário, em ações de retomada e resgate com foco na desativação de artefatos explosivos e em operações de interdição marítima. Plataformas de petróleo e terminais petrolíferos também serão resguardados.
Cooperação nas fronteiras
Militares das Forças Armadas vão apoiar a atuação de agentes da Polícia Federal na proteção dos 16,8 mil km de fronteiras terrestres brasileiras com dez países sul-americanos.
Para blindar a realização do Mundial, foi realizada uma nova edição da Operação Ágata, com foco no combate a ilícitos transfronteiriços, como narcotráfico, contrabando, tráfico de armas e munições, crimes ambientais e imigração ilegal. A operação inclui ações de bloqueios de rodovias montadas em pontos estratégicos ao longo de toda a fronteira.
Fiscalização de explosivos
Para coibir a prática de furtos e desvios de explosivos – utilizados, sobretudo, em ataques a bancos e caixas eletrônicos –, o Exército Brasileiro iniciou operações para intensificar a fiscalização e o controle do comércio desse tipo de material.
Em reforço às inspeções que ocorrem regularmente, cerca de 300 organizações militares vão vistoriar minuciosamente empresas autorizadas, depósitos e pontos de comercialização. As ações de fiscalização ocorrerão em todo o território nacional, nos locais que apresentam indícios de atividade irregular ou ilegal com explosivos.
Emprego de helicópteros
As Forças Armadas utilizarão helicópteros para operações de defesa aeroespacial, apoio a missões terrestres e ações de contraterrorismo. Também atuarão no patrulhamento de locais de interesse, por meio de sensores e câmeras “olho de águia”.
Em situações específicas, os helicópteros poderão ser utilizados ainda no apoio ao deslocamento de tropas.
Segurança e defesa cibernética
Sob comando do Exército, o Centro de Defesa Cibernética vai realizar ações de caráter preventivo ou repressivo contra ameaças que coloquem em risco a segurança de sistemas que sustentam estruturas estratégicas nacionais envolvidas na realização do Mundial.
Esse acompanhamento não abrangerá sistemas de tecnologia da informação e comunicações de organizações privadas, focando exclusivamente a proteção contra incidentes de segurança de redes que possam afetar diretamente o desenrolar da competição.
Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear
Militares especializados em Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear vão vistoriar e fazer a varredura de todos os locais diretamente envolvidos na realização do Mundial. A ação inclui estádios, centros de treinamento, hotéis, aeroportos, bases aéreas e comboios das delegações oficiais.
A operação irá certificar a inexistência de material suspeito que coloque em risco a vida dos cidadãos. Munidos de equipamentos especiais, os militares estão aptos a realizar também ações de descontaminação de agentes nocivos, prejudiciais à saúde.
Prevenção e Combate ao Terrorismo
Especialistas das três Forças Armadas – Marinha, Exército e Aeronáutica – atuarão em conjunto no combate ao terrorismo, conforme protocolos de incidentes elaborados especialmente para o Mundial.
Aptos a lidar com situações extremas, os militares atuarão em atividades delicadas, como o desarme de bombas e artefatos químicos e radiativos. A ação abrange a cooperação com agentes de órgãos com capacidade operacional e atribuição legal para agirem nessas situações, incluindo a Polícia Federal, a Polícia Civil e a Polícia Militar.
Força de contingência
Além do apoio à matriz de segurança da Copa, militares das Forças Armadas estarão de prontidão para atuar, de forma episódica, em situações de crise, em coordenação com os órgãos de segurança pública e a defesa civil.
Caso o governador do Estado solicite e a Presidência da República autorize esse emprego emergencial das tropas, os militares atuarão no sentido de assegurar a ordem pública, o funcionamento dos serviços essenciais e o exercício dos poderes constituídos.
Para a eventualidade dessa cooperação específica, as Forças Armadas manterão em condições de serem empregados, aproximadamente, 21 mil homens treinados e adestrados.
As tropas poderão agir tanto no intuito de reforçar o esquema de segurança provido pelos órgãos de segurança pública, quanto no de assumir o controle operacional em situações que assim o exijam.
FONTE : Comando Militar do Leste/copa2014.defesa.gov.br