No último dia 03 de agosto (domingo) foi comemorado o Dia do Quadro do Engenheiro Militar, profissão considerada imprescindível para que um país consiga desenvolver tecnologia militar na área de defesa, assegurando assim sua independência como nação.
O engenheiro militar tem como principal função apoiar as Forças Armadas no desenvolvimento de novos equipamentos militares, desde armamentos até produtos de alta tecnologia, como aeronaves e satélites. Além disso, são eles que realizam todo o levantamento cartográfico do território brasileiro, mapeando detalhadamente eventuais áreas de operações.
Outra frente em que se faz necessária a presença do engenheiro militar é na execução de grandes obras de construção civil em regiões onde a atuação da iniciativa privada não se faz economicamente viável ou suficiente.
Como o compartilhamento de tecnologias entre países é limitado, o engenheiro precisa estudar nos institutos de ensino das Forças Armadas para garantir que o país desenvolva os chamados Materiais de Emprego Militar (MEM) sem a necessidade de auxílio externo.
Isso porque, por mais que existam cada vez mais processos de transferência de tecnologia, os detalhes envolvidos no desenvolvimento desses equipamentos não costumam ser compartilhados entre os países.
“O mundo atual exige que cada país consiga superar eventuais problemas de desenvolvimento sozinho. Por isso, o engenheiro militar precisa ser determinado e criativo o suficiente para superar esses obstáculos sem ajuda externa”, afirma o major Ermírio Coutinho, engenheiro militar do Instituto Militar de Engenharia (IME), escola de excelência criada em 1792, sendo a 1ª escola no ensino formal de engenharia nas Américas e a 3ª no mundo.
Segundo Coutinho, por mais que o Brasil não seja um país com tradição de conflitos, a estratégia atual de defesa é a da dissuasão. Para o major um país se impõe não pela aplicação de sua força direta, mas pela capacidade de resposta superior a qualquer ataque que possa sofrer. Justamente por isso, ele diz ser imprescindível que cada país detenha todo o tipo de conhecimento de tecnologia militar.
Instrutora da disciplina de Controle no Instituto de Tecnológico da Aeronáutica (ITA), outro grande centro de excelência em engenharia das Forças, a tenente Joana D’Arc reforça a importância de cada país dominar esse tipo de conhecimento.
“Existem áreas sensíveis que vão exigir respostas rápidas e consistentes. Por isso, é tão importante que a gente tenha capacitação própria para desenvolver essas respostas”, disse.
A tenente é instrutora de alunos da graduação do ITA, onde se formou como engenheira mecânica aeronáutica em 2012. No instituto, ela ensina os futuros engenheiros militares a a base científica para o desenvolvimento de produtos como aviões, satélites e mísseis.
Existem três maneiras de estudar engenharia militar em escolas das Forças Armadas para fazer parte do Quadro de Engenheiros Militares (QEM):
– para quem conclui o Ensino Médio, por meio do tradicional “vestibular” do IME (Curso de Formação e Graduação)
– para quem já é oficial de carreira do Exército, formado pela AMAN (Curso de Graduação)
– para quem já é engenheiro formado, eventualmente o Exército abre concurso público para completar vagas no QEM não preenchidas pelos oriundos do IME (Curso de Formação).