Representantes do Ministério da Defesa e das Forças Armadas reuniram-se na última quarta-feira (17) com emissários de entidades, acadêmicos e empresários para discutir os resultados iniciais do estudo para o Mapeamento da Base Industrial de Defesa (BID).
Realizado pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), em parceria com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o estudo vai propiciar um mapeamento completo das indústrias de defesa do país, possibilitando uma visão sistêmica da capacidade produtiva, tecnológica e de inovação no setor. Mais de 200 pessoas participaram do debate técnico.
“Contamos com uma grande participação. A partir do retorno dos especialistas em cada segmento, poderemos refinar os dados”, explica a coordenadora técnica do projeto no Ipea, Flavia Schmidt.
Empresários presentes também elogiaram a iniciativa. “Estamos tendo a oportunidade de dialogar com setores do Governo que traçam as estratégias para a formulação de políticas, podendo colocar nossos pleitos num debate direto em cima de informações concretas”, disse Antônio Carlos Magalhães, diretor de Relações Institucionais da Condor.
Definição de políticas
Segundo o diretor do Departamento de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, brigadeiro José Euclides, as informações levantadas no mapeamento da BID vão nortear o Governo na definição de futuras políticas setoriais.
“Esse diagnóstico será um balizador para aqueles que conduzem a política industrial do país. Eles terão em mãos uma orientação técnica que, no futuro, poderá se tornar uma política de Estado”, disse.
O estudo foi desenvolvido com a aplicação de questionários e a realização de entrevistas em empresas divididas em oito categorias, como armas, alimentos e veículos, entre outros.
Numa etapa seguinte, pesquisadores, juntamente com representantes do Ministério da Defesa e da ABDI, realizaram visitas a instalações de várias empresas, para coletar novos dados.
Em fase de conclusão, o levantamento já mostrou a necessidade de aprimorar alguns pontos, como incrementar a interação entre empresas do setor e universidades e garantir a regularidade na demanda de determinados segmentos.
A previsão é de que o estudo esteja concluído até o final de março. “Será publicado num momento muito oportuno, permitindo que possamos rever os rumos da nossa política industrial, enfrentando desafios e mudando aquilo que já não surte o efeito esperado”, afirmou a diretora da ABDI, Maria Luisa Campos Machado.