News

Em celebração do dia do Soldado em Brasília, empresários gaúchos são agraciados com a Medalha Exército Brasileiro

Forças Armadas e sociedade civil transportam 3,6 mil toneladas de donativos ao Rio Grande do Sul na maior campanha humanitária já registrada no país

Embraer e FAB colaboram com logística e doações para o Rio Grande do Sul

P-3AM Orion faz primeiro voo com novas asas

ABIMDE coordenou empresas brasileiras na Defence Service Asia 2024

KC-390 Millennium transporta Hospital de Campanha da FAB para Canoas

Hospital de Campanha da Marinha inicia atendimentos no RS nesta quinta-feira (9)

Thursday, 21 de November de 2024
Home » Ministério da Defesa » Instituto Pandiá Calógeras contribui para elaboração das políticas de defesa nacional

Instituto Pandiá Calógeras contribui para elaboração das políticas de defesa nacional

Ministério da Defesa
Por

Elaborar ações de Defesa, que assegurem a soberania nacional e promovam o desenvolvimento de uma nação é uma missão árdua que exige preparo por parte dos gestores que conduzem esse processo. Por esta razão, o Ministério da Defesa (MD) conta com o Instituto Brasileiro de Estudos em Defesa Pandiá Calógeras (IBED), órgão de assessoramento que procura aprofundar a aproximação entre civis e militares, no âmbito da academia, contribuindo assim com informações relevantes nos processos de elaboração de políticas de defesa.

O Instituto Brasileiro de Estudos em Defesa recebe o nome Pandiá Calógeras em homenagem a João Pandiá Calógeras, que foi o primeiro civil a ocupar o cargo de ministro da Guerra, em 1920, graças à sua notoriedade e conhecimento da área militar.

O diretor do Instituto, Fabrício Neves, explica quais sãos as funções do órgão, que envolve civis e militares em torno do debate sobre questões relacionadas à Defesa Nacional e as principais linhas de atuação do IBED.

Por que é importante para o Ministério da Defesa ter um órgão de assessoramento como o IBED?

Fabrício Neves: O Instituto Pandiá Calógeras é voltado para o meio acadêmico, civil e militar, e também tem o papel político de assessoramento do ministro da Defesa. Com essa função híbrida, promove a intercessão entre o meio político do Ministério da Defesa e o meio acadêmico, bem como a interação entre acadêmicos civis e militares no âmbito dos estudos de defesa no Brasil.

Quando concebido, o Ministério da Defesa foi pensado para justamente promover essa aproximação do meio militar com o civil, como parte do processo de redemocratização brasileira. Até então as questões relacionadas à defesa eram tratadas exclusivamente nos meios militares.

Hoje a discussão sobre defesa se torna mais aberta para sociedade e nossa missão, no Pandiá, é permitir que o debate sobre defesa se torne cada vez mais amplificado, dilatado socialmente, e fazer com que a sociedade entenda a relevância que a defesa tem para o Brasil. Isso porque defesa é importante não só para a segurança do País, como também para o seu desenvolvimento industrial, científico e tecnológico, já que é no seio das Forças Armadas que se desenvolvem pesquisas e tecnologias de ponta, muitas delas de uso dual, que servem tanto para fins militares quanto para fins civis.

Nesse contexto como é que o ambiente universitário e de pesquisa pode contribuir para ações da Defesa e das Forças Armadas?

Fabrício Neves: A academia fornece o conhecimento que serve de instrumento para as políticas de defesa no país que envolvem, evidentemente, as Forças Armadas. O ministro da Defesa tem preocupação com a produção de estudos acadêmicos voltados para área de defesa, inclusive, eu cito aqui, o Programa Álvaro Alberto, que é resultado da parceria entre o Ministério da Defesa, por meio do IBED, e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Esse Programa reúne pesquisas em temas de economia de defesa e entorno estratégico. Agora vão sair os primeiros resultados que contaram com um aporte de cerca de R$ 800 mil do Ministério da Defesa. Além disso, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), criamos um mestrado profissionalizante em economia para a defesa. Trata-se de mais uma iniciativa acadêmica da Pasta voltada para a produção de conhecimento em âmbito específico.

Há ainda o Pró-Defesa, um programa do Ministério da Defesa com a CAPES, para apoiar o ensino e a pesquisa científica e tecnológica em defesa nacional. O objetivo é implantar redes de cooperação acadêmica no País na área de Defesa Nacional, possibilitando a produção de pesquisas científicas e tecnológicas e a formação de recursos humanos pós-graduados no tema.

Além do mestrado em economia, quais os feitos realizados pelo Pandiá no último ano?

Fabrício Neves: De grande relevância promovemos, em conjunto com o Instituto de Pesquisas em Relações Internacionais (IPRI), do Ministério de Relações Exteriores (MRE), seminários de coordenação temática com o propósito de buscar convergências entre as agendas dos MD e do MRE.

Abrimos vagas para o Programa de Serviço Voluntário de pesquisadores do IBED de nível superior, buscando ampliar a pesquisa e o debate da sociedade, com respeito a temas relevantes aos interesses nacionais.

Promovemos mais recentemente com o tema Defesa Cibernética a 2ª Reunião de Trabalho Preparatória para a XIV Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana, que ocorrerá em setembro, no Rio de Janeiro.

Quais os principais desafios do IBED?

Fabrício Neves: Dentre os desafios está o de fomentar uma cultura nacional de defesa. O Pandiá tem essa atribuição, uma vez que percebe certo desconhecimento da sociedade em relação à Defesa. Como nós somos um País sem ameaças eminentes não há a percepção clara da sociedade acerca da relevância da Defesa para o País nem tampouco do que se produz em termos de tecnologia e conhecimento no seio das Forças Armadas, como, por exemplo: a centrífuga para enriquecimento de urânio, que hoje produz combustível nuclear para as usinas de Angra, criada a partir do projeto de propulsão nuclear da Marinha; o simulador de helicóptero, para o treinamento de pilotos civis e militares, projetado e desenvolvido pelo Exército; e o controle de tráfego aéreo, desenvolvido e mantido pela Força Aérea.

Para isso estamos iniciando uma série de tratativas e parcerias com outras agências e institutos que podem ajudar o Pandiá Calógeras a desenvolver a percepção da defesa na sociedade, inclusive elaborando projetos voltados para os jovens, nas escolas e universidades. Essa é uma preocupação nossa em fazer com que as próximas gerações desenvolvam uma mentalidade nacional de defesa, não para militarizar a sociedade civil, evidentemente, mas sim para tornar a questão da defesa sensível a todos. Isso porque não há grande país no mundo que não conte com Forças Armadas modernas e eficientes.

Fonte | Fotos: ministeriodadefesa