Durante a visita ao Haiti, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, percorreu a comunidade de Cité Soleil que fica nos arredores da capital Porto Príncipe, com uma população de 300 mil habitantes. O ministro visitou um centro comunitário de reabilitação, onde funcionam serviços de atendimento a crianças e jovens, e de saúde para adultos.
Durante seu percurso, o ministro conheceu o trabalho social da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah). O Brasil também está inserido num processo de implementação de políticas públicas, que contribui efetivamente para a obtenção de condições de segurança satisfatórias, bem como o desenvolvimento e restabelecimento da normalidade institucional da nação caribenha, carente de todos os tipos de serviços e de infraestrutura.
Essas ações sociais possibilitam um ambiente favorável para que a Minustah, em conjunto com outros países e organismos internacionais, possa colaborar com o Estado haitiano na tarefa da sua reconstrução. As operações de paz realizadas no país impõem às forças militares uma atuação diferente para as quais são tradicionalmente preparadas. Essas condições peculiares de emprego militar também demandam elevado grau de preparo, adaptabilidade e flexibilidade no cumprimento da missão.
Além das ações de patrulhamento, os militares brasileiros no Haiti atuam em atividades sociais e culturais para a população, ademais de assistência humanitária. O trabalho das Forças Armadas na reconstrução do país, após o terremoto de 2010, é prova viva do empenho dos integrantes da Minustah.
Entre os objetivos alcançados com a operação de paz, nesses dez anos da presença do Brasil no país caribenho, estão a construção de escolas, hospitais, rodovias e iluminação pública. Também foram feitas consultas médicas e odontológicas (1,9 mil cirurgias e mais de 40 mil atendimentos após o terremoto) e houve distribuição de água potável e de 3,75 mil toneladas de alimentos.
Os esforços integrados da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ajudaram, ainda, na retirada de escombros, perfuração, pavimentação e reparação de ruas. Já foram empregados, até hoje, cerca de 31 mil militares (pouco mais de 24 mil da Força Terrestre, quase 5 mil da Naval e 237 da Aérea).
Atualmente, o quadro institucional do Haiti é acompanhado pelas Nações Unidas com cautelosa expectativa, uma vez que o calendário eleitoral do país prevê eleições locais e para o parlamento em agosto, e presidenciais para outubro, com segundo turno, se houver, para dezembro. O novo desafio para as tropas brasileiras será trabalhar com efetivo reduzido, de 1,3 mil para 850 militares.