Uma comitiva da Federação Russa realizou visita ao Brasil nesta semana para conhecer a parte operacional dos sistemas brasileiros de Defesa Aeroespacial e de Defesa Antiaérea, responsáveis pelas ações de proteção com emprego de mísseis para o abate de alvos aéreos hostis.
Liderado pelo general Serguei Babakov, Comandante das tropas de mísseis antiaéreos da Força Aérea Russa, o grupo foi recebido pelo Tenente-Brigadeiro do Ar Gérson Machado, responsável pela Chefia de Logística do Ministério da Defesa (CHELOG). A comitiva cumpriu uma extensa agenda com o objetivo de estreitar a cooperação entre os dois países no setor de defesa antiaérea.
Em Brasília, a comitiva russa visitou o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), o Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) e o 11º Grupo de Artilharia Antiaérea do Exército Brasileiro. “Mostramos a estrutura da Brigada e como é feito esse acionamento pelos nossos sistemas de comunicações”, disse o General de Brigada João Chalella, Comandante da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea do Exército.
No CINDACTA, o Brigadeiro do Ar Leonidas Medeiros detalhou como é feito o monitoramento de toda a malha aérea, além de apresentar os sistemas utilizados para controlar os cerca de 22 milhões de quilômetros quadrados do espaço aéreo brasileiro.
Troca de experiências
O General Serguei Babakov conversou com os responsáveis pela defesa antiaérea do Brasil, detalhando técnicas e equipamentos que já são utilizados em seu país e elogiou a parceria com o Brasil. “Estou muito satisfeito com a cooperação estabelecida entre os nossos ministérios da Defesa. Espero que esses contatos se aprofundem, porque isso amplia a nossa cooperação mútua e também o entendimento entre os nossos países”, disse.
Brasil e Rússia vêm estabelecendo uma série de conversas ao longo dos últimos anos sobre a demanda das Forças Armadas brasileiras por um sistema de defesa antiaérea de média altura, capaz de abater alvos que transitam a partir de 10 mil metros. Em agosto deste ano, uma comitiva brasileira esteve em Moscou, na Rússia, para realizar avaliações complementares do sistema de artilharia antiaérea de média altura Pantsir-S1, que poderá ser adquirido pelo Brasil para suprir essa necessidade.
Até o final deste ano, está prevista outra visita de comitiva do Ministério da Defesa a Rússia, como parte da continuação das tratativas entre os dois países sobre o assunto.
A Copa do Mundo e o planejamento de Defesa
Além de técnicas e equipamentos de defesa antiaérea, os militares dos dois países também trocaram informações sobre o planejamento de segurança e defesa adotado pelo Brasil durante a realização de grandes eventos, que obteve bons resultados copa do Mundo 2014. Os oficiais brasileiros explicaram que, para o mundial, os militares das três Forças Armadas atuaram em diversas áreas de segurança e que tudo foi monitorado pelos centros de comando e controle.
A comitiva russa demonstrou grande interesse em saber mais da experiência brasileira, já que, em 2018, a Rússia sediará o maior evento de futebol do planeta. “Temos total interesse em continuar esse contato para podermos adotar mais a experiência dos brasileiros”, afirmou o General Serguei Babakov.