Após tomar posse na sexta-feira pela manhã, dia 2, e se reunir com os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, naquela tarde, o novo ministro da Defesa, Jaques Wagner, já começou a conversar com os candidatos aos três postos nas Forças Armadas. Wagner quer levar os nomes à presidente Dilma Rousseff, quando ela regressar do seu descanso na Bahia, na quarta, 7, ou quinta-feira, 8.
Apesar de ainda estar se ambientando com questões das três Forças, Jaques Wagner pediu aos três oficiais-generais mais antigos para irem se encontrar com ele, no Ministério da Defesa, ainda no sábado, dia 3. As conversas foram concluídas nesta segunda-feira, 5.
No Exército, os oficiais-generais candidatos naturais ao comando da Força, por ordem de antiguidade, são: Sinclair James Mayer, hoje à frente do departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, Adhemar da Costa Machado Filho, chefe do Estado Maior do Exército e Eduardo Dias da Costa Villas Bôas comandante de Operações Terrestre e ex-comandante Militar da Amazônia.
O general Joaquim Silva e Luna, recém transferido para a reserva depois de comandar o Estado Maior do Exército e atualmente está à frente chefe da Secretaria de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa.
Na Força, esperava-se que esta mudança no comando do Exército servisse para ajudar a mexer no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), substituindo o general José Elito, mantido no posto, em primeira instância, pela presidente Dilma. Entre os cotados, especulava-se que, o general Mayer, sempre ligado à área de material fosse deslocado para o GSI.
O segundo, o general Adhemar, que foi comandante Militar do Sudeste (SP), enfrentou problema que acabou na Justiça, quando foi comandante da 11ª Região Militar, em Brasília e teve gravação divulgada na imprensa, em 2006, de conversa com um subtenente na qual fazia desabafo homofóbico e exaltava episódios do regime militar, provocando muita polêmica.
Na Aeronáutica, o xadrez envolve a designação de brigadeiros para o Superior Tribunal Militar (STM). Mas os três mais antigos que concorrem à vaga de Juniti Saito são os tenente-brigadeiros: Nivaldo Rossato, atual chefe do Estado Maior da Aeronáutica, seguido de Joseli Parente Camelo, assessor especial do Planalto e responsável por todos os voos da presidente Dilma e, antes, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Hélio Paes de Barros, Comandante Geral de Apoio, chefe da logística da FAB.
Na Marinha, o mais antigo é o almirante de esquadra Wilson Barbosa Guerra, atual chefe de Estado Maior da Armada, seguido de Leal Ferreira, que está na Escola Superior de Guerra (ESG) e Elis Treidler Oberg, atual comandante de Operações Navais. A Marinha é a força que normalmente preserva a tradição de escolher o mais antigo para comandar a Força.
Um dos pleitos que os militares esperam que chegue ao novo ministro é que o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), não seja um cargo privativo do Exército, como tem sido até agora, com o general De Nardis à frente, desde que foi criado, há mais de quatro anos. Querem que haja revezamento entre Exército, Marinha e Aeronáutica, como ocorrem em todos os países do mundo.
Mas a mudança que mais surpreendeu alguns militares, pela sua forte ligação esquerdista, foi a designação de Eva Chiavon, antiga colaboradora de Wagner, para secretaria-geral da pasta (que cuida da parte administrativa e financeira). Ela hoje já participou de reuniões na Defesa.
FONTE : Diário de Pernambuco