O ministro da Defesa, Jaques Wagner, e o comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, visitaram nesta terça-feira (24) o Estaleiro e Base Naval (EBN) de Itaguaí, 73 km ao sul do Rio de Janeiro. Em sua primeira vez no complexo industrial da Força Naval, Wagner conheceu de perto o andamento do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).
A iniciativa, desenvolvida em parceria com a França, possibilitará a construção do primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro, gerando empregos de alta qualificação e dotando o país de tecnologia de ponta.
Durante a visita, o coordenador-geral do Prosub, almirante Max Roffé Hirschfeld, atualizou o ministro Wagner sobre o andamento e as próximas etapas do projeto. O almirante explicou que, além de assegurar a soberania nacional e a proteção de nossas águas jurisdicionais, o Prosub estimulará a tecnologia nacional de forma determinante.
Jaques Wagner se disse “profundamente orgulhoso” com a evolução do projeto: “Como ministro da Defesa e como brasileiro, estar visitando essa instalação que aponta para o futuro do Brasil, seja no domínio da tecnologia de construção, seja naquilo que vai ser embarcado em um dos submarinos que é a propulsão nuclear, é para mim uma grande alegria”, destacou.
Para Wagner, a importância do Prosub transcende a área militar e a Marinha, tal como o preconizado pela Estratégia Nacional de Defesa. “O que estamos aprendendo aqui com a parceria francesa irá transbordar para muitas indústrias civis.
Estamos com um índice de nacionalização bastante significativo, portanto são muitas empresas nacionais que estamos estimulando e até descobrindo, e é uma mão de obra que está se qualificando, da mais simples a mais especializada”, afirmou.
Transferência de Tecnologia
Segundo Hirschfeld, 243 brasileiros já estiveram na França participando do treinamento que viabilizará a transferência de tecnologia para o Brasil. Em função disso, os cinco submarinos previstos pelo Prosub – quatro convencionais e o de propulsão nuclear – serão todos projetados e montados em território nacional.
O almirante detalhou o funcionamento do contrato com os franceses e ressaltou os reflexos da empreitada no estímulo à indústria nacional. Segundo Hirschfeld, apenas na construção da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) e do EBN, mais de 600 empresas nacionais estiveram envolvidas.
O ministro também conheceu algumas das unidades que compõem o empreendimento, como o galpão da Nuclep (A Nuclebrás Equipamentos Pesados S/A), unidade responsável pelo casco do submarino, e a oficina principal da UFEM, onde será feita a montagem de seções do submarino como anteparas, conveses, tanques, fixadores e peças de penetração no casco.
Na UFEM, o ministro da Defesa e o comandante da Marinha entraram na estrutura metálica já pronta do que será futuramente o primeiro submarino convencional do Prosub, previsto para ser entregue em 2018.
Integraram a comitiva do ministro Jaques Wagner o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, e a secretária-geral do Ministério da Defesa, Eva Chiavon.