A chefe do Serviço de Saúde Militar da África do Sul, major-general Khanyisele Tilly Ndaba, visitou nesta ultima quinta-feira o Ministério da Defesa (MD). A major-general Ndaba está em visita ao Brasil conhecendo as instalações hospitalares das Forças Armadas e, nesta manhã, assistiu a palestras sobre o sistema militar brasileiro de cuidados de saúde, a medicina operativa e assistencial da área militar brasileira.
O objetivo das visitas é a busca de conhecimento e pontos em comum no campo da saúde militar, identificação de possíveis oportunidades de intercâmbio no preparo e no emprego da medicina operativa. Representando o diretor do Departamento de Saúde e Assistência Social do MD, brigadeiro-médico Jorge Rebello Ferreira, o gerente da Divisão de Saúde, coronel Lucas Vilhena de Moraes, apresentou aspectos do emprego do serviço de saúde militar brasileiro.
O coronel Vilhena explicou à visitante e sua comitiva que o serviço de saúde militar, além de atender os contingentes das três forças singulares, também está apto a prestar apoio à defesa civil em situações de calamidades públicas e desastres naturais, além das missões internacionais de paz.
Defesa Civil
Vilhena destacou alguns exemplos de emprego da medicina operativa como a instalação do hospital de campanha da Marinha do Brasil durante a Operação Serrana, em 2011, em socorro às vítimas das inundações e deslizamentos na região serrana do estado do Rio de Janeiro. Outro exemplo apresentado pelo coronel Vilhena foi a Operação Dengue, em 2008, também no Rio de Janeiro, em apoio ao diagnóstico e tratamento de pessoas infectadas durante uma epidemia da doença.
A ajuda ocorreu com a instalação de um hospital de campanha da Força Aérea Brasileira, que realizou mais de 11 mil atendimentos. O fato despertou o interesse de diversos profissionais de saúde do Brasil e do exterior pelo protocolo do manejo clínico e o resultado da experiência dos militares.
A major-general Ndaba ouviu ainda da tenente-coronel Fernanda Carvalho Peixoto, da Seção de Apoio Logístico, que o Ministério da Defesa pretende futuramente implantar o Centro Conjunto de Medicina Operativa. Esta unidade deve apoiar as Forças na integração, treinamento, e protocolos, além de contribuir em respostas a catástrofes e missões de paz. De acordo com a militar, o MD deve investir também em telemedicina.
Visitas
A comitiva sul-africana visitou esta semana diversas instalações hospitalares militares na cidade do Rio de Janeiro. Na oportunidade, os membros da delegação e a chefe do Serviço de Saúde Militar da África do Sul puderam conhecer o Hospital de Campanha do Exército, o Centro de Medicina Operativa da Marinha e o Instituto de Medicina Aeroespacial da Força Aérea.
IMAE
O Instituto de Medicina Aeroespacial (IMAE), unidade da FAB localizada no Rio de Janeiro, recebeu nesta semana a visita de dois oficiais do Serviço de Saúde Militar da África do Sul. A Brigadier General Khanyisele Tilly Ndaba e o Colonel Thanhn Kgasago cumpriram uma agenda de visitas a alguns centros estratégicos de saúde das Forças Armadas, como o Hospital de Campanha do Exército e a Unidade de Medicina Expedicionária da Marinha.
De acordo com o Tenente-Coronel Luciano Alves Mello, do Ministério da Defesa, que intermediou a visita, na África do Sul o Serviço Militar de Saúde é comparado a uma força armada, servindo a todas elas. “O objetivo dos oficiais africanos terem vindo aqui foi adquirir conhecimento na área de Medicina Operacional, aproveitando nossa expertise”, afirma.
Para a Capitão Médica Mônica Barreto Santos, que apresentou o IMAE aos visitantes, os militares estrangeiros se interessaram pelos cursos oferecidos pelo Instituto, como a especialização em medicina aeroespacial. “Também pudemos dialogar sobre treinamentos específicos de pilotos para o Gripen, pois a África do Sul possui a aeronave e eles já têm experiência com as adaptações necessárias nas condições físicas dos pilotos para este tipo de caça”, explica.
A major-general Ndaba ficou muito impressionada com as unidades e “espera que todas estas experiências aqui no Brasil possam ser bastante úteis na África do Sul”. A logística aplicada na saúde militar brasileira chamou a atenção da representante sul-africana.